Início Geral Pescadores de Barão de Melgaço decidem não fazer o Repesca

Pescadores de Barão de Melgaço decidem não fazer o Repesca

0

Eles vão aguardar decisão do STF sobre inconstitucionalidade do Transporte Zero

Da Assessoria

Pescadores cadastrados na Colônia Z5, de Barão de Melgaço (110 km de Cuiabá), decidiram seguir a orientação do presidente Domingos Antônio de Oliveira, conhecido como Capim, e não vão fazer o Registro Estadual de Pescadores Profissionais (Repesca) do Governo do Estado. Os 800 trabalhadores não aceitam receber apenas um salário mínimo durante os próximos três anos, como prevê a Lei 12.197/2023, conhecida como Transporte Zero.

A legislação que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano, com validade de cinco anos, proíbe o transporte, armazenamento e venda de peixes retirados dos rios de Mato Grosso e inviabiliza a atividade profissional da pesca. A lei é questionada no Supremo Tribunal Federal  (STF) quanto à sua inconstitucionalidade, já que fere a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca que regula as atividades pesqueiras no país, descrita na lei 11.959/2009.

“O governo quer pagar um salário para o pescador que trabalhando dentro da lei consegue ganhar pelo menos R$ 5 mil, e só por 3 anos. Isso é inaceitável. Além disso, só vai pagar nos 8 meses fora da Piracema. E nos outros quatro meses, como fica? Com essa nova lei em Mato Grosso vamos continuar recebendo o seguro defeso do Governo Federal? O pescador tá numa situação que não sabe o que fazer”, disse Capim.

“O cadastro que o governo lançou ninguém é capaz de preencher, cheio de burocracia. Diz que é pra saber quantos pescadores profissionais tem em Mato Grosso. Ora, todos estamos cadastrados nas Colônias. O Governo sabe quantos nós somos, onde estamos e como trabalhamos. Vamos esperar a decisão do STF pra só depois decidir o que fazer. Acredito que vamos vencer esta batalha”, disse Domingos Capim.

Ações no STF

A lei do Transporte Zero é alvo de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) promovidas pelo MDB e pelo PSD que tramitam no STF. A relatoria é do ministro André Mendonça, que já recebeu pareceres técnicos da Advocacia Geral da União (AGU), da Procuradoria Geral da República (PGR) e do próprio Ministério da Pesca e da Aquicultura contrários à lei estadual.

Mendonça já conversou com o governador de MT, Mauro Mendes, e também com os deputados federal, Emanuelzinho (MDB), e estadual, Wilson Santos (PSD). Além de representantes do segmento da pesca no estado. Ouviu os argumentos de ambas as partes e já declarou que vai tentar uma conciliação antes de emitir seu parecer.

“O ministro disse que vai tentar uma conciliação entre o governo Federal, que tem uma lei própria da pesca que vigora em todo o Brasil, e o estadual, que fez esta reforma na lei 9.096/2009, mudando a política da pesca em MT. Então, inicialmente, ele não vai conceder a liminar solicitada pelo MDB e nem pelo PSD, mas também não vai negá-la. Antes, vai tentar esta conciliação. […] Como o relator já recebeu pareceres contrários ao Transporte Zero, estamos muito confiantes que esta lei deverá cair”, explicou Wilson Santos.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Digite seu nome aqui

Sair da versão mobile