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Investimento para prevenir queimadas

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O mês de agosto terminou com o registro de cerca de 14 mil focos de calor em Mato Grosso pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nesta época mais seca do ano, o estado passa a dispor de um efetivo formado por 1.000 bombeiros divididos em 17 unidades operacionais. Nesse cenário de pressão climática, dimensões continentais do estado e precária estrutura de controle de incêndios florestais, os produtores rurais acabam tendo que criar suas próprias estruturas preventivas.

 

Grande parte dos agricultores do estado investe na compra de equipamentos e em práticas de prevenção ao fogo para passarem pelo período de seca. “Já tive prejuízos com queimadas acidentais que atingiram minha propriedade, e desde então investi numa estrutura que me ajuda a manter o fogo longe daqui”, observa Emerson Zancanaro, que planta soja e milho em Nova Mutum. Na fazenda Japuíra ele conta com caminhão pipa, reservatório de água e grade apropriada para realizar aceiros, tanto preventivos como emergenciais.

 

A região Leste do estado é uma das que mais sofre com queimadas. De janeiro a agosto, o município de Gaúcha do Norte já havia registrado 465 focos de calor. De acordo com o produtor rural Endrigo Dalcin, há meses não chove na região. “Em 2013, um incêndio destruiu toda minha reserva ambiental. Desde então adquiri bombas d’água costais para combater o fogo na serra. Tenho também caminhões pipas equipados com jatos de água, e caso precise é possível fazer uma adaptação nos bicos para utilizar o pulverizador no combate.”, destacou.

 

Para manter os produtores atentos ao risco de incêndios, entidades como a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) realizam anualmente campanhas de orientação sobre o tema. Neste ano não foi diferente. “É preciso estar atento quanto à entrada de fogo vindo das áreas vizinhas ou das margens das estradas. Durante a colheita, recomendamos que tenha por perto tanque com água, equipamento com grade e pessoas treinadas. Construção e manutenção de aceiros são fundamentais”, lembrou a analista de meio ambiente da Aprosoja, Marlene Lima.

 

As orientações sobre prevenção e controle de queimadas estão disponíveis no informe técnico elaborado pela Comissão de Sustentabilidade Socioambiental da Aprosoja – MT. Clique aqui e veja como devem ser feitos os aceiros.

 

Desafio

O Governo do Estado também dedica atenção ao risco de incêndios florestais. Todos os anos, uma portaria proíbe a prática da queimada no território estadual num período pré-definido. Neste ano, a data foi de 15 de julho a 15 de setembro. O efetivo do Corpo de Bombeiros é reforçado, atingindo o número de 1.000 homens divididos por 17 unidades operacionais. “Contamos ainda com o auxílio da Defesa Civil e de brigadistas nos municípios”, afirma o secretário executivo do Comitê de Gestão do Fogo em Mato Grosso, major Ramon Barbosa.

 

O esforço, no entanto, nem sempre consegue reduzir o avanço do fogo. De acordo com Barbosa, de janeiro a agosto deste ano o número de focos de calor aumentou 74% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Uma das ameaças mais recorrentes é a dificuldade que o setor público tem em prevenir e controlar incêndios que surgem nas margens de rodovias federais, estaduais ou vicinais. O especialista em fogo florestal Romildo Gonçalves afirma que 60% dos registros ocorrem nesses locais. “União, Estado e Município têm obrigação de fazer aceiros para prevenir os incêndios nas rodovias”, afirma Romildo.

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