Narrativa estava pronta ali: “ou ele confirma ou ele está lascado“, declarou o parlamentar
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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) usou a tribuna do Senado Federal para anunciar um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet. A iniciativa, segundo o parlamentar, se baseia em uma série de “graves omissões” e na falta de imparcialidade do PGR em processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, Girão convocou manifestações para o próximo dia 16 de março, incentivando a população a ir às ruas contra o governo Lula e ministros do STF.
Durante seu discurso, Girão afirmou que o pedido de impeachment de Gonet se sustenta em diversas irregularidades, incluindo a parcialidade do procurador-geral em relação ao depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. O senador alegou que houve “tortura psicológica e coação” contra Cid, apontando que o PGR teria assistido passivamente à condução do ministro Alexandre de Moraes no caso.
“Todo mundo viu aquelas cenas dantescas, quase que de uma tortura psicológica, de coação, do Mauro Cid. A narrativa estava pronta ali: ou ele confirma ou ele está lascado”, declarou.
O senador criticou ainda a atuação de Alexandre de Moraes, afirmando que o ministro acumulou o papel de “vítima, delegado, julgador e promotor”, e acusou Gonet de “consentir” com essas violações. Girão citou trechos da Lei do Impeachment para justificar a peça que será protocolada e disse já contar com o apoio de vários outros senadores.
Além da ofensiva contra o PGR, Girão convocou a população a se manifestar nas ruas no próximo dia 16 de março. O parlamentar afirmou que o protesto deve ser pacífico, mas incentivou que os participantes levem cartazes e faixas com suas reivindicações, incluindo pedidos de impeachment contra Lula, Alexandre de Moraes e Gonet.
“Vamos para a rua, dia 16 de março, no Brasil inteiro, de forma ordeira, pacífica e respeitosa. Leve o seu pedido, leve o seu cartaz. É impeachment do Lula? Leve. É impeachment do Alexandre de Moraes? Leve. É o fim do foro privilegiado? Leve”, disse.
O senador afirmou que pretende participar do ato em Fortaleza, enquanto outros parlamentares devem se reunir no Rio de Janeiro e em outras capitais. Para ele, a mobilização popular é essencial para barrar o que classificou como “promiscuidade entre os Poderes” e evitar que a vontade popular seja “sufocada”.
A expectativa agora é que Girão formalize o pedido de impeachment de Paulo Gonet na quarta-feira (12), com apoio de outros senadores da oposição.
