Início Cidade 1º DE MAIO – ROMARIA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

1º DE MAIO – ROMARIA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

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Será neste sábado, dia 1º de maio, a 22ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que marca o Dia do Trabalhador. Nesta data, homens e mulheres do Brasil todo saem em caminhada para cobrar seus direitos trabalhistas, humanos, de gênero, de raça, ambientais, sociais e outros.

Em Cuiabá, a marcha de dois quilômetros será realizada na região do Coxipó. A concentração está marcada para as 7h30, no Atacadão do Tijucal, onde haverá um ato público.

O tema da Romaria deste ano é inspirado na Campanha da Fraternidade 2010, lançada na Quarta-feira de Cinzas, dia 17 de fevereiro, cujo tema é
“Economia e Vida – Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro (baseado no evangelho de Mateus)”.

A Romaria é organizada pelo Fórum Permanente de Lutas (FPL) que articula movimentos sociais e comunitários.

“É importante participar, inclusive quem nunca foi, para perceber que existem movimentos sociais organizados e para compreender que ainda hoje os trabalhadores mantêm a luta para que seus direitos sejam respeitados”, afirma Inácio Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, que integra o FPL.

“Muitas vezes ficamos sozinhos em casa, sem saber como cobrar nossos direitos. É importante encontrar um grupo que tem os mesmos problemas que a gente e se organizar também”, orienta Werner, um dos líderes na luta contra
o trabalho escravo em Mato Grosso.

Os indígenas, por exemplo, estão preocupados com os riscos de redução dos limites de reservas indígenas e a construção de usinas hidrelétricas
próximas a aldeias e vão levar essas preocupações à Romaria. “Estamos em um
processo de mudanças na legislação e estamos retrocedendo nos direitos indígenas. Essa caminhada é uma oportunidade para levarmos isso à população em geral, para que as pessoas, como nós, se manifestem sobre seus problemas”, diz Gilberto Viera dos Santos, coordenador regional Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Para Gilmar Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Mato Grosso, é fundamental falarmos sobre a
economia voltada para a vida. “Nossa luta é para que a gente possa ter um reconhecimento do ponto de vista do trabalho e que o trabalho possa ser de fato humanizante e melhor remunerado, para que possamos ter mais vida e uma vida mais harmoniosa”, defende. “Vamos aproveitar a Romaria para lançar a campanha dos professores de Mato Grosso pelo piso salarial de R$ 1.312”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que neste abril faz as Jornadas de Lutas em todo o país com o lema “Lutar não é crime!”, pretende, na Romaria, dialogar com as comunidades sobre os benefícios da reforma
agrária. “Considerando as diversas crises, ambiental e econômica, o índice de desemprego, a incapacidade das cidades de se projetarem para atender às demandas de todos seus habitantes, a reforma agrária mostra um potencial
para solucionar parte desses problemas, pois gera emprego, produz alimento a preços mais acessíveis e ainda possibilita o retorno de muitas famílias ao campo”, observa Lucinéia de Freitas, do MST-MT.

“Então, no dia do trabalhador, é essencial pautar as demandas de todos os trabalhadores,
empregados, desempregados e camponeses”.

A redução da jornada de trabalho sem redução de salário é a bandeira nacional que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) irá levar à Romaria. O slogan dessa luta é “Reduz pra 40 que o Brasil aumenta” e se refere à jornada semanal. Conforme Jocelino Amorim, conselheiro fiscal da CUT-MT, isso abrirá novos postos de trabalho e resolverá em parte a questão do desemprego. Também reduzirá o cansaço crônico das pessoas, que estão exaustas porque têm que enfrentar longas jornadas. “Trabalhando menos, o
brasileiro poderá se dedicar mais à família, aos filhos, lazer, melhorando sua qualidade de vida. Poderá também cuidar de si, buscar melhor
qualificação, praticar esporte, descansar ou fazer o que achar importante”.

Durante todo o percurso, representantes desses movimentos vão levar suas reivindicações.

Após concentração em frente ao Atacadão do Tijucal, a caminhada sairá pela
avenida do Espigão até a comunidade de Nossa Senhora Aparecida.

*Keka Werneck

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