Pesquisas revelam a eficácia de um hormônio, a ouabaína, no combate à síndrome congênita do Zika e seus efeitos devastadores
A ouabaína, hormônio presente em mamíferos e extraído de plantas, tem se mostrado promissor no combate ao vírus Zika, causador de distúrbios neurológicos, principalmente em fetos.
Nos últimos anos, estudos têm revelado suas propriedades terapêuticas, como ação anti-inflamatória, anticancerígena e antiviral, com foco no tratamento do Zika.
Tratamento do Zika: descobertas dos estudos
- Como relata o The Conversation, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) investigaram se a ouabaína, ao combinar efeitos anti-inflamatórios e antivirais, poderia ser eficaz no combate ao Zika;
- Resultados iniciais mostraram que a substância conseguiu reduzir a quantidade de partículas virais em células infectadas e prevenir danos ao desenvolvimento fetal em modelos animais;
- Estudos com células-tronco humanas também indicaram que a ouabaína pode prevenir a redução do tamanho de fetos e a microcefalia associada ao Zika, além de reduzir a inflamação e a presença do vírus na placenta e tecidos fetais;
- Esses achados indicam o potencial da ouabaína como possível tratamento para a síndrome congênita associada ao Zika.
- Apesar de promissora, a ouabaína apresenta desafios para seu uso clínico. Embora ainda seja utilizada em alguns países para tratar doenças cardíacas, ela não é mais aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, devido à sua toxicidade em doses altas.
Para contornar esses riscos, pesquisadores estão desenvolvendo versões modificadas da substância com menor toxicidade, que mantêm seus efeitos terapêuticos.
- Além disso, estudos sugerem que o exercício físico intenso pode aumentar a produção natural de ouabaína no organismo, o que poderia ser estratégia mais segura de prevenção contra infecções virais.
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