Presidente da Ucrânia ainda afirmou que não tem medo de Putin e que quer reunião com líder russo ‘para pôr fim à guerra’
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que vai desistir das negociações de paz com a Rússia caso o Exército de Vladimir Putin mate ucranianos na cidade de Mariupol e crie ‘pseudo-referendos’ em áreas ocupadas para criar mais repúblicas separatistas. “Se nossos homens forem assassinados em Mariupol e se forem organizados supostos referendos na região de Kherson, a Ucrânia vai se retirar de todo o processo de negociação.” Zelensky deu uma coletiva de imprensa em Kiev e afirmou que não tem medo de Putin, pedindo uma reunião com o líder russo ‘para pôr fim à guerra’. “Acredito que quem começou a guerra poderá pôr fim nela”, disse o líder ucraniano.
Mais cedo, o conselheiro da prefeitura local, Petro Andryushchenko, acusou as tropas russas de impedirem a retirada de civis de Mariupol, que vive forte tensão com a ofensiva do Exército de Putin. Ele afirmou que cerca de 200 habitantes foram para o ponto de embarque de saída da cidade, mas foram “dispersos” pelos militares russos. Alguns deles, acrescentou, foram forçados a entrar em ônibus rumo a Dokuchaievsk, uma cidade ocupada pelos russos 80 km ao norte de Mariupol. “As pessoas não tinham o direito de sair dos ônibus”, relatou, acrescentando que os russos atribuíram a mudança de itinerário “aos disparos de nacionalistas (ucranianos) na área”. “Mais uma vez, os russos impediram uma retirada”, criticou Andryushchenko.
Zelensky ainda afirmou que achava que a Rússia poderia usar armas nucleares, mas que não queria acreditar que Moscou faria isso, e reforçou a necessidade da Ucrânia de obter mais armas. “Assim que tivermos mais armas, retomaremos imediatamente os territórios que estão temporariamente ocupados”, apontou. O líder ucraniano ainda anunciou a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e do secretário de Defesa, Lloyd Austin, para conversas sobre entrega de armas à Ucrânia neste domingo, 24.
*Com informações da Reuters e da AFP