domingo, 22/12/2024
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Wilson transforme trânsito de Cuiabá em “indústria da multa”

Classificado por especialistas em urbanismo como um dos principais problemas
de Cuiabá para serem resolvidos antes da Copa do Pantanal, em 2014, o
trânsito se transformou numa das principais fontes de receita da
municipalidade. Por determinação do próprio prefeito Wilson Santos, a
Prefeitura de Cuiabá preferiu fomentar a famigerada “indústria da multa”, ao
invés de se preocupar em resolver o caos que se instalou nas principais vias
da Cidade Verde, principalmente nos horários de pico.

A avaliação partiu do presidente da União Cuiabana de Associações de
Moradores de Bairros (Ucamb), Édio Martins de Souza, após receber
reclamações de dezenas de líderes comunitários e dirigentes de organizações
sociais sobre os inúmeros transtornos e prejuízos causados pelo caótico
trânsito da cidade. “Infelizmente o que vemos, hoje, é a preocupação
exclusiva em fazer do trânsito uma generosa fonte de receita”, critica Édio
Martins, apontando as sucessivas multas nos cerca de 220 mil veículos da
cidade.

“O trânsito de Cuiabá é uma anarquia e, sem qualquer planejamento, o que se
vê é a omissão das autoridades”, ataca o primeiro secretário da Ucamb,
Jonail da Costa Silva, um dos diretores que recebem presidentes de
Associações de Bairros e de Clubes de Mães, diariamente, na Casa do
Comunitário.

Semáforos sem sincronia, quebra-molas fora dos padrões técnicos, rotatórias
obsoletas, vias estreitas e avenidas mal planejadas estão entre os
principais problemas. “No comparativo custo-benefício, o trânsito, sem
dúvida, gera mais ‘lucro’ para prefeitura que qualquer outra receita”,
assegura Édio Martins.

Os congestionamentos, nos horários de “rush”, que, até a década passada,
eram sazonais, se tornaram uma verdadeira praga para a cidade. Para
ilustrar, basta citar três casos específicos: na Avenida Miguel Sutil
(Perimetral), no trevo de acesso ao Dispraiado e Riberão do Lipa; na Avenida
Fernando Corrêa, que leva ao Coxipó; e na Avenida Beira-Rio, nas imediações
da Universidade de Cuiabá (Unic).

“Para vencer um quilômetro, na rotatória do Despraiado, por volta das 18hs,
gasta-se 40 minutos. É um absurdo!”, critica Édio Martins. Ele aponta ainda
que, além do prejuízo financeiro e de qualidade de vida, há ainda o sempre o
risco de acidentes. “Vidas podem são perdidas, quase diariamente, porque
quanto mais o cidadão passa, no trânsito, maiores são as chances de que
sofra algum sinistro”, pondera o líder comunitário.

O presidente da Ucamb recorda que o Fórum de Mobilidade Urbana, implantado
em 2005, foi “fechado” por Wilson Santos para que não se discutisse mais a
questão de trânsito e transporte com a sociedade. Ele entende que a
“indústria da multa”, no trânsito, deve ser substituída por projetos
discutidos com as comunidades.

Édio Martins cita o (mal) exemplo da Avenida das Torres Professora Edna
Affi, que foi implantada sem discussão anterior e, hoje, parcialmente
pronta, praticamente em nada contribui para reduzir os transtornos
cotidianos do trânsito. “Não quero ser leviano, porque essa não é minha
prática, mas o perfil da Avenida das Torres é de que foi construída muito
mais para atender aos interesses imobiliários de grupo que, propriamente,
para a melhoria da mobilidade urbana”, resume Édio Martins.

Para Édio Martins, enquanto Cuiabá não tiver um transporte coletivo
confiante, o que, em tese, reduziria o número de carros nas ruas, além de
investimentos maciços em alternativas viárias, o caos, no trânsito, tende a
se agravar.

Ronaldo Pacheco

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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