domingo, 22/12/2024
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‘Vocês são malucos. Eu sei o que estou fazendo.’ Abel, ao explicar os reservas, na derrota para o São Paulo

Treinador palmeirense dá grande presente ao desesperado rival. Escala os reservas e perde o clássico por 2 a 0, diante de 35 mil torcedores no Allianz. E não aceita questionamento da imprensa por não colocar os titulares.

Abel Ferreira havia alertado. Os jogadores do Palmeiras estavam desgastados com as 83 partidas em 2021. Ainda mais levando em consideração a final da Libertadores, daqui a dez dias.

Só que ninguém esperava que ele fosse poupar todos os seus titulares, com exceção de Weverton, justo no clássico contra o São Paulo, no Allianz Parque. 

Foi um presente antecipado de Natal, do treinador português para o rival, ameaçado pelo rebaixamento. O time de Rogério Ceni fez o que quis em campo, aproveitando-se do desentrosamento e da fragilidade técnica do adversário.

Venceu, com facilidade, os reservas palmeirenses por 2 a 0, gols de Gabriel Sara e Luciano. O São Paulo só não goleou porque desperdiçou várias oportunidades. Mas os três pontos entregues pelo histórico rival levaram mais tranquilidade e confiança ao Morumbi, na briga contra o rebaixamento.

Diante das vaias, palavrões dos torcedores palmeirenses, Abel Ferreira tratou de ir para o vestiário, aos 42 minutos do segundo tempo. Ele mesmo criou um clima pesado, tenso, de quem não conhece a história do clube em que trabalha. 

Muito mais lógico seria ter levado os reservas para enfrentar o Fluminense. E ter colocado os titulares hoje, contra o São Paulo.

Luiz Adriano, que não seguirá em 2022, foi a vítima predileta da torcida. Vaiado, xingado, perseguido. Ainda piorou tudo aplaudindo os torcedores ao ser substituído.

Clima péssimo, criado por Abel Ferreira.

O São Paulo de Rogério Ceni não tinha nada a ver com isso. Jogou com seus titulares e conseguiu uma vitória fundamental para seguir na Série A.

“A gente não sabia [que o Palmeiras jogaria com os reservas]. Nos preparamos pra pegar o time titular deles, mas é o Palmeiras, ganhamos do Palmeiras”, disse Luciano, entusiasmado com o gol que marcou o fim de seu jejum de 11 partidas.

“Acreditem no que estamos fazendo. Um ano atrás, ninguém dava nada para esse time. Ganhamos dois grandes títulos. Vinte e um anos depois, uma Libertadores e ainda a Copa [do Brasil]. Temos um plano e vamos seguir até o fim”, dizia, irritado, Abel Ferreira, na coletiva após a derrota.

“Me pagam para tomar decisões difíceis. Era mais fácil jogar contra o São Paulo com o melhor elenco? Vocês [jornalistas] são malucos. Eu sei o que estou fazendo. Vamos seguir o nosso plano, aconteça o que acontecer”, cravava, tenso.

“Perdemos. Parabéns, São Paulo. O São Paulo está lutando para não descer, certo? Grêmio e Santos lutando para não descer, certo? Portugal, que é Portugal, não foi qualificado de forma direta. Isso para dizer o que? Muito difícil continuar com o sarrafo aqui”, ironizava.

A verdade é que Abel Ferreira não vai admitir nunca. Só que não teve o menor sentido colocar seus titulares cansados no Maracanã, no domingo.

E os reservas no Allianz Parque lotado, e contra o São Paulo, rival que, na Segunda Guerra Mundial, comandou um levante para tentar tomar o estádio que pertencia ao Palestra Itália. Movimento que obrigou o clube a mudar de nome e se chamar Palmeiras. 

O clube caiu para a terceira colocação no Brasileiro, que já foi perdido há muito tempo.

Com 13 pontos de diferença do líder, Atlético Mineiro.

E questionamento da torcida…

Cosme Rimolli/R7

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Parmenas Alt
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