O prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz, retornou da Bolívia, depois de acompanhar uma comitiva de lideranças do setor produtivo de Mato Grosso. Eles trataram de importação e exportação, com o objetivo de fortalecer o comercio bilateral entre a Bolívia e o Brasil. Participaram os presidentes da Aprosoja, Antonio Galvan, da Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, da Oeste Tangará, Diogo Rutinelli, a vice-prefeita, Eliene Liberato e outros empresários.
O primeiro encontro foi realizado em Santa Cruz de La Sierra, com os empresários bolivianos, o evento foi organizado pelo exportador Eduardo Gutierrez. Em seguida, visitaram a cidade de Bulo Bulo, para conhecer a indústria de uréia (fertilizante para a agricultura). “Mato Grosso consome um milhão de tonelada e meia de uréia. Por deter a maior produção agrícola, daqui há dez anos, a meta é consumir 3 milhões de toneladas de uréia”, disse o prefeito. Ainda em Bulo Bulo, foram informados que os bolivianos vão construir uma fábrica de sulfato de homônio com matéria prima local, para exportar.
Francis ressaltou que em Lapaz, a comitiva participou de um encontro com o vice-ministro de Minas e Energia, Alberto Echzu e com a diretora comercialização de Cloreto de Sódio, Patrícia Morales, sobrinha do presidente Evo Morales. Neste encontro, eles trataram de logística e das potencialidades econômicas da Bolívia. O ministro afirmou que pretende instalar uma termelétrica em San Matias. “Como a Bolívia tem muita energia, pedimos a instalação desta usina, pois San Matias já tem o gasoduto. O excesso de energia poderá chegar á Cáceres com um custo menor”, garantiu o prefeito.
Na cidade de Uyuni, a comitiva visitou uma fábrica cloreto de potássio, produção de lítio e o Salar de Uyuni, que fica na província de Potossi. Na ocasião, o prefeito frisou que Mato Grosso tem um dos maiores rebanhos bovinos do País, e que consome muito sal. Atualmente a produção de sal que chega á Mato Grosso, vem do Rio Grande do Norte, com um frente muito caro. Torna mais viável exportar o sal boliviano.
A Bolívia tem muita uréia e cloreto de potássio para negociar. A meta é aumentar a fábrica de uréia para 750 toneladas por ano. Francis explicou que a produção poderá ser transportada por rodovia, partindo de Bulo Bulo até a cidade de Monteiro e, depois por ferrovia até Corumbá. Através da Hidrovia do Mercosul, chegará em Cáceres. “Daqui a uréia poderá ser distribuída para as regiões consumidoras. Com o aumento da produção de grãos, até 2030, deveremos dobrar consumo de ureia, sem derrubar uma árvore, apenas utilizando áreas de pastagens degradadas” assinalou.
Francis ressaltou que a Bolívia tem esmagadoras soja e estão ociosas. Mato Grosso tem a possibilidade de exportar a soja. Segundo ele, os navios podem chegar com uréia e retornar com a soja. Eles tem cloreto de potássio, uréia, sulfato de homônio, sal, além do gás e energia para oferecer ao Brasil. Francis, pediu ao ministro, a instalação de uma fábrica de uréia em San Matias pois já existe no local, o gasoduto. “O frete pode diminuir em torno de 90%. Isto viabilizará a venda de uréia não somente para Mato Grosso, mas também para Rondônia, Acre, Goiás, Triangulo Mineiro e outros estados”, argumentou.
Na avaliação de Francis, a viagem foi muito positiva e vai resultar em desenvolvimento para Cáceres e Mato Grosso. “Com a Bolívia integrada ao Mercosul, surgirão boas oportunidade para ambos os lados. O grande objetivo é fortalecer o comercio bilateral entre os dois Países. Isto vai trazer mais integração e movimentar a hidrovia do Rio Paraguai”, afirmou o prefeito.
A partir de janeiro de 2020, a hidrovia estará totalmente navegável. Até dezembro, é prazo para fazer o planejamento, verificar os trâmites burocráticos e outras providências. O funcionamento da hidrovia impulsionará a Zona de Processamento de Exportação-ZPE de Cáceres. “Com a Bolívia, poderemos comercializar não somente a soja, mas também materiais de construção, veículos, tratores, implementos agrícolas entre outros produtos.
Educação – Um outro assunto tratado com as autoridades bolivianas, foi o pedido de instalação de uma Faculdade de Medicina em San Matias. Francis argumentou que atualmente, mais de vinte mil brasileiros estudam em Santa Cruz de La Sierra, Cochabamba e outras cidades bolivianas. O ministro ficou de encaminhar a solicitação para viabilizar a Faculdade com vários cursos o mais rápido possível.