As relações econômicas, comerciais, políticas e culturais entre o Brasil e a China avançarão de forma positiva nos próximos anos, disse o embaixador chinês no Brasil, Qiu Xioaqi, durante palestra no Instituto de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A visita que a presidenta Dilma Rousseff fará à China, em abril, é considerada pelo embaixador “uma visita histórica, que vai promover o desenvolvimento das relações estratégicas entre os nossos países. Espero muitos frutos dessa visita”, afirmou. Segundo Xioaqi, o Brasil e a China têm semelhanças de pontos de vista e posições a respeito de temas como a reforma do sistema financeiro internacional e a convenção sobre mudanças climáticas.
Nos últimos dez anos, a parceria bilateral em níveis econômico e comercial experimentou crescimento. A China é hoje o primeiro investidor estrangeiro no Brasil, com recursos da ordem de US$ 20 bilhões nas áreas de recursos minerais, como o petróleo e minério de ferro, na indústria de manufaturados de alta tecnologia e telecomunicações, citou.
O embaixador lembrou que na área comercial, a pauta de exportação brasileira para o mercado chinês é liderada por produtos agrícolas e recursos naturais e não por produtos de maior valor agregado. Apesar disso, o superavit para o Brasil atingiu US$ 5 bilhões no ano passado. Xioaqi deixou claro que a China é uma economia aberta, que funciona de acordo com as leis de mercado. “E em um mercado aberto, a concorrência é muito forte”.
Ele acrescentou que o seu país está aberto a todos os produtos brasileiros. Cabe ao Brasil oferecer uma pauta de exportação de maior valor agregado para a China. Segundo ele, é preciso procurar a solução de melhoria da pauta exportadora dentro do processo de desenvolvimento “que não pode mudar de um dia para o outro”.
O aumento do intercâmbio acadêmico e cientifico será objeto também de discussão durante a visita de Dilma Rousseff ao país. Será organizado um diálogo científico e tecnológico que englobará vários campos da ciência e tecnologia, como a saúde.
Xioaqi reiterou que as relações da China com o Brasil se estabelecem sobre uma base de parceria e igualdade, de respeito à soberania, sobre o princípio de cooperação e benefício mútuo, visando ao desenvolvimento de ambos os países. “Qualquer intercâmbio no nível político, econômico, comercial se desenvolve à base desses princípios”.
O Brasil, para o embaixador chinês, é um país grande e emergente que será, em breve, uma potência mundial. “E, o mais importante, o Brasil é um amigo, um parceiro da China”. Para aqueles que temem o crescimento chinês, afirmou que o Brasil nunca será dependente da China. “No futuro, as relações entre nossos países vão se fortalecer, vão crescer, trazendo benefícios para ambos”. Ele está seguro de que a China e o Brasil avançarão juntos em direção ao crescimento.
Xioaqi disse que por meio do desenvolvimento científico e do desenvolvimento pacífico, metas estabelecidas há cerca de duas semanas, no 12º Plano Quinquenal da China, o país logrará alcançar o crescimento sustentável, firmando sua posição no cenário econômico como a segunda potência mundial, com respeito ao meio ambiente, redução da dependência externa e melhor qualidade de vida da população. O plano estabelece para a China uma taxa média de crescimento de 7% ao ano nos próximos cinco anos, contra 10% de crescimento médio nos últimos anos.
Fonte:
Agência Brasil