Governo importará arroz e venderá pela metade do preço de mercado e com o logo do governo federal, ignorando garantia de abastecimento dos produtores locais
O governo Lula decidiu importar arroz para enfrentar a queda na produção no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional, apesar dos produtores garantirem que o abastecimento está assegurado e que as perdas pelas enchentes são mínimas. Os pacotes de 2 quilos de arroz importado pelo governo Lula terão o preço máximo de R$ 4 por quilo, conforme informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os pacotes terão a inscrição “PRODUTO ADQUIRIDO PELO GOVERNO FEDERAL” e os logotipos da Conab e do governo Lula. “O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Especialistas criticaram a medida, alertando que a venda do arroz importado a preços baixos compromete a livre concorrência e pode desestimular a produção local. “Se isso derrubar os preços, vai desestimular a produção de arroz. Os produtores vão se voltar para outras culturas mais rentáveis, como soja e milho”, afirmou Evaristo de Miranda, da Embrapa Territorial. O resultado é certo: com perdas, os produtores de arroz do rio grande do sul precisarão cortar custos e empregos.
Lula coleciona uma série de conflitos com o agronegócio, setor vital para a economia brasileira. Desde o início de seu mandato, Lula tem mostrado apoio ao MST, levando inclusive João Pedro Stédile para a China, onde ele continuou a pregar invasões de terras. Lula j’ chamou os produtores rurais de fascistas, enquanto o agronegócio, que garante a balança comercial e reservas de divisas do Brasil, se sente atacado. A bancada ruralista, forte no Congresso, tem reagido, aprovando projetos que enfraquecem a posição do governo, como o marco temporal das terras indígenas, refletindo o crescente impasse entre o Executivo e os produtores agrícolas.
A Federação Nacional dos Produtores de Arroz afirmou que o abastecimento está garantido, com grande parte da produção já colhida e perdas mínimas devido às enchentes. A decisão de importar arroz do Uruguai, Paraguai e Argentina trouxe preocupações sobre o impacto nos produtores e trabalhadores locais, especialmente nas áreas afetadas pelas enchentes.
Modelo de embalagem do arroz importado do governo, com propaganda institucional do Governo Lula. Fonte: Conab.
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