Para o vereador Adevair Cabral, PDT, que também se pronunciou hoje (16-10) durante a audiência pública parea debater a atuação da SMTU em Cuiabá, "existem coisas que concordo, e outras não". Ele elogiou a instalação de faixa exclusiva para ônibus/táxis na capital, uma das exigências oriundas do Poder Legislativo. "Mas não concordo com esse modelo de guinchamento de carros que tem sido empregado na capital. É desrespeitoso, abusivo, injusto. Pode ser lei, porém creio que a SMTU deveria se ater em preservar o cidadão, trabalhar mais na educação do trânsito".
Adevair voltou a comentar sobre o susto que um amigo seu levou semanas atrás, ao sair da UNIC. "É um estudante humilde. Sem dinheiro para bancar estacionamento particular, deixou sua motocicleta na rua e ela foi guinchada à noite. Ao chegar e não encontrar a moto, imaginou que tivesse sido roubada. Aliás, este rapaz sequer tinha dinheiro para táxi ou ônibus. O único meio de transporte de que dispunha era sua moto, levada arbitrariamente. Conforme disse, pode ser uma atitude legal, mas é injusta Essa remoção deveria acontecer apenas em horário comercial, não em horário noturno avançado. E tem sucedido com o claro intuito de prejudicar universitários".
Com base na sua exposição, o vereador sugeriu que a SMTU promova diligências junto às universidades para que elas disponibilizem estacionamentos aos estudantes. "Eles {alunos} não têm como pagar estacionamentos. Aí, sim, cabe ao Poder Público Municipal exigir das universidades providências nesse sentido. Como multar e guinchar quem não dispõe da mínima alternativa para estacionar seu único transporte enquanto estuda?" – criticou.
O parlamentar ainda exigiu que a Prefeitura volte a implementar o sistema faixa verde de estacionamento, atualmente sem qualquer projeto de retomada. "Por outro lado, não concordo com aquele motorista que, utilizando-se das vagas antigamente reservadas à faixa verde (paga), deixam seus carros ali o dia inteiro. Isso tem prejudicado os comerciantes locais. Era um projeto belíssimo, útil, gerava renda regular ao município e impunha organização no trânsito. Não sei por qual motivo o prefeito não o implementou novamente".
Por último, Adevair Cabral quis saber da SMTU quais são os critérios de cobrança dos guinchos em cima dos veículos rebocados (mais de dois mil) e qual é a destinação das verbas arrecadadas. Também direcionou críticas ao Detran/MT, e cobrou do presidente do órgão, Jean Castrillon, presente em plenário, explicações acerca das taxas em vigor.
"O Detran de Mato Grosso é um dos mais caros do País. Reajustou algumas taxas de forma absurda, incompatível com a linha de preços em nível nacional e a própria qualidade dos serviços prestados. Seria ótimo que o Detran mato-grossense explicasse à sociedade do Estado, em geral, quais são os quesitos que originaram cobranças tão destoantes da realidade brasileira".