Um clássico com sotaque espanhol. Palmeiras e Santos, que se enfrentam nesta quinta-feira, às 20h30m (horário de Brasília), pelo Brasileirão, contam com gringos que têm uma missão primordial: criar as principais jogadas das duas equipes. Pelo lado santista, o colombiano Molina; no Verdão, o chileno Valdivia. O Santos ainda tem o paraguaio Cuevas entre os titulares, mas cabe a Molina o papel de fazer o Alvinegro jogar.
Além de serem responsáveis por levar seus times à frente, os gringos do clássico compartilham também o momento irregular. Após o Paulistão, Valdivia caiu muito de produção. No Brasileiro, ainda não conseguiu emplacar uma boa atuação e as especulações sobre seu futuro preocupam o técnico Vanderlei Luxemburgo, a torcida palmeirense e deixam o próprio jogador fora de foco. Será que a virada virá agora, no clássico?
Molina espera que não. O colombiano do Peixe também busca recuperar o bom futebol que apresentou no Paulistão e na Taça Libertadores. Não foram muitas as boas atuações, pois o jogador, que não estava acostumado com o ritmo do futebol brasileiro, enfrentou problemas musculares. No entanto, quando brilhou, arrancou suspiros da torcida santista, como na partida em que o Peixe goleou o Ituano, na Vila Belmiro, por 4 a 1, com o colombiano marcando o seu e acertando três assistências para os outros gols.
O meia santista faz muitos elogios a Valdivia e reconhece que em termos de reconhecimento no Brasil, está abaixo do colega.
– Acho o Valdivia é excelente jogador, que já demonstrou sua qualidade no Brasil. Está consolidado no Palmeiras. Ele tem sido criticado agora, mas é totalmente normal. É impossível que um jogador tenha a capacidade de jogar o ano inteiro num nível top – comenta Molina.
Aliás, o excesso de jogos é exatamente a explicação que Molina dá para sua oscilação. Ele admite que teve muitas dificuldades em sua chegada ao Brasil. Explica que no México e na Argentina, dois países onde atuou, joga-se apenas nos finais de semana.
– Aqui, é quarta e sábado ou quinta e domingo. É muito difícil para quem não está acostumado manter um nível. Mas hoje me sinto mais preparado e só preciso de jogos para voltar a mostrar o que sei – afirma.
Valdivia está fugindo das entrevistas. O chileno está preocupado que a sua queda de rendimento com a camisa do Palmeiras seja associada ao fato de não ter recebido nenhuma proposta oficial para acertar a sua transferência para o cobiçado futebol europeu. Mas abriu uma exceção para falar de do santista Molina.
– Fico feliz com as palavras do Molina. Conheço ele desde os tempos em que atuava na Colômbia. Sempre foi um grande jogador e tem provado isso no Santos, com boas atuações. Para nós que somos de fora, é sempre mais difícil superar desafios aqui no Brasil, mas creio que o Molina já conquistou o respeito da torcida do Santos – afirma Valdivia.
Depois de muitas sondagens, o clube que chegou mais perto de levar o futebol de Valdivia foi o Hertha Berlin. Na sondagem que foi feita aos dirigentes do Palmeiras, o clube alemão mostrou a intenção de investir € 7 milhões (aproximadamente R$ 17,7 milhões). Porém, o Verdão não negocia por menos de € 12 milhões (cerda de R$ 30,1 milhões).
– Eu estou contente com o Valdivia. É claro que ele não mostrou no Brasileiro o mesmo futebol apresentado no Campeonato Paulista. Mas o jogador está dentro do contexto da equipe. Venho conversando com ele, que tem a minha total confiança para voltar a render dentro de campo e buscar o seu espaço. Não houve queda de produção porque não existem propostas da Europa pelo seu futebol – analisa Luxemburgo.
Fonte:G1