O vendedor F.P.C., de 25 anos, registrou queixa de roubo e de agressão contra dois policiais militares. Segundo ele, os dois crimes ocorreram durante uma abordagem ocorrida anteontem à noite, num posto de combustível na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. O vendedor estava em seu automóvel e sofria um assalto por dois rapazes. Os ladrões fugiram e ele também tentou deixar o local, mas foi cercado pelos PMs.
A partir daí, explicou o vendedor, começou uma sessão de pancadaria. Segundo o boletim de ocorrência registrado na Delegacia Metropolitana da Capital, os dois policiais militares obrigaram o vendedor a descer do carro e a deitar-se no chão. Em seguida, um deles o chutou no braço e o outro apontou um revólver para a sua cabeça.
“Pior que isso, é que um deles pegou minha carteira e roubou R$ 1.432 em dinheiro que eu ia usar para pagar contas. O dinheiro sumiu e eles ainda zombaram de mim”, relatou o vendedor ao registrar a ocorrência.
Conforme a vítima, um dos policiais pegou a carteira e se afastou do local onde ocorria a abordagem. Ao tentar olhar para o policial que se afastara, disse que levou um tapa na nuca. Ao terminar a abordagem, o vendedor reclamou a carteira. Os militares alegaram não saber do que ele falava. Um deles, no entanto, a pegou no banco traseiro do carro, e a devolveu, mas sem o dinheiro.
“Cadê o dinheiro?”, reclamou o vendedor. A partir daí, os militares o agrediram com vários tapas, chamando-o de vagabundo. “Você tem prova de que existia dinheiro na carteira? Fez algum saque? Desafiou o policial militar. Do posto de combustível, o vendedor seguiu direto para a rua Miranda Reis, onde registrou queixa.
Segundo policiais plantonistas, o vendedor estava muito revoltado na hora em que relatou os fatos aos plantonistas. “Não é para menos. Ser abordado e agredido ao mesmo tempo ninguém aceita uma situação dessas”, observou um policial plantonista.
O caso será investigado pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. O coronel Luiz Cláudio Monteiro vai instaurar um procedimento para esclarecer os fatos. Segundo o vendedor, ele sabe o nome do policial e do cabo que o agrediram.
O delegado plantonista solicitou exame de lesão corporal que será anexado ao boletim de ocorrência, embora o vendedor não demonstrasse qualquer lesão aparente.
DC