O laudo de necrópsia do vendedor Rodrigo Teixeira de Oliveira, de 27 anos, aponta que ele foi executado com um tiro na orelha, cujo projétil saiu pela testa. O tiro foi disparado à curta distância e o projétil acabou não sendo encontrado. A princípio, havia a suspeita que Rodrigo tinha sido morto por asfixia – ao lado do cadáver, foi encontrado um saco plástico.
O corpo do vendedor foi localizado no sábado de manhã, numa estrada de difícil acesso, na região do Capão Grande. O corpo estava semi-carbonizado e em estado de decomposição.
Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acreditam que ele tenha sido executado no próprio dia 1o de junho, horas após seu desaparecimento. Rodrigo estava com a camisa, calça e tênis com os quais saiu de casa naquele dia.
O local é cerca de 10 quilômetros distante de onde o carro dele, um Marea, foi queimado, numa estrada de chão, próximo de Nossa Senhora do Livramento. O cadáver foi localizado por um morador de uma chácara que procurava uma vaca. Três irmãos do vendedor estiveram no local e fizeram o reconhecimento.
“Tudo indica que o crime tenha ocorrido há cerca de um mês, provavelmente no dia em que a vítima desapareceu. Os criminosos atearam-lhe fogo, mas o corpo só queimou a parte de cima”, observou um policial que participa das investigações. No local, havia marcas de pneus no mato, dando a entender que os criminosos entraram de carro até o local onde executaram o vendedor.
Até agora, a Polícia não tem pistas dos criminosos, mas a princípio seriam dois ou três. Dois roceiros que localizaram o carro queimado disseram aos policiais que alguns homens conversaram próximo do carro antes da carbonização. Mesmo localizando os autores, os policiais não descartam a hipótese do crime ter um mandante.
Dias antes de desaparecer, o vendedor de carros tomou emprestado R$ 25 mil de um amigo, morador em Cuiabá. O dinheiro seria empregado na compra de dois carros que posteriormente seriam revendidos com boa margem de lucro. O amigo, que lhe havia feito empréstimos antes, disse à polícia desconhecer qualquer atitude estranha do vendedor.
Outro detalhe que a polícia investiga é o relacionamento do vendedor com o traficante Pedro Paulo de Oliveira, o “Paulo Arrepiado”, de 29 anos, preso na cadeia de Cáceres. A prisão dele ocorreu no dia 24 de abril com 128 quilos de cocaína na região de Cáceres. Um mês depois Rodrigo o procurou.
DC