domingo, 22/12/2024
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VENCEMOS (PARA NOOOOSSA ALEGRIA!!!)

Meus inimigos e meus amigos: desculpem o estado de ânimo, traduzido aí acima pelo título do artigo, mas considerando que o momento atual importa na suspensão temporária da nossa militância no MCCE (por absoluta perda de objeto) não poderia ser diferente a nossa reação.

Vencemos. Vamos às férias! Entremos em recesso!

Não há mais ninguém a ser convencido da necessidade de combater a corrupção, o malfeito, amainar ou eliminar as fraudes na gestão pública e a intromissão do crime organizado nas relações políticas e judiciais, já que as recentes manifestações, sejam elas escritas ou em passeatas, mostram que os antigos defensores de corruptos e bandidos, agora se perfilam ao lado dos cidadãos honestos, defensores da lei.

Isso não é fantástico?

Vimos, com muita satisfação, a presença de um dos maiores defensores do Comendador Arcanjo em uma passeata contra o crime organizado e pedindo julgamento célere de malfeitores. Logo ele, que durante “trocentos” anos esteve lá no TRE e nunca disse da venda de sentença e negociação de mandatos, vindas à luz pela Operação ASAFE (será que antes ninguém sabia?).

Lembremos que havia uma pessoa altamente qualificada, que não se preocupava em mencionar sua condição de dirigente da OAB de Mato Grosso nas petições em defesa dos criminosos, e que agora está alinhado ao combate do malfeito (e dos malfeitores). Tudo será profissionalizado. Quem sempre soube como se fazia a compra de deputados, a pulverização de dinheiro público em factorings para uso nas eleições, que guardou por anos a fio o segredo que permite a empresa União Transportes (mesmo sendo propriedade de político) seguir na exploração do povo pobre de Cuiabá e Várzea Grande (e põe “exploração” nisso!) cobrando horrores nos preços das tarifas, sabe muito bem o que fala e será altamente útil na defesa da ética e da probidade.

Mas ele não está só na nova empreitada contra a corrupção.

Lembram da obra literária “Privataria Tucana”, livro “bombado” escrito por Amauri Ribeiro Junior? Pois é. Em bem alinhavadas linhas é desvelado o segredo de polichinelo que guardam as privatizações de empresas públicas nos anos 90. Ali foi escrito que a empresa tapuia Amper, propriedade de Armando de Oliveira (irmão do ex governador Dante) fora altamente beneficiada no sistema Eletrobrás (empresa federal). Mas seu dono foi processado criminalmente pelo Ministério Público Federal, certamente porque fez coisa errada. A sua defesa, tão qualificada e elogiada, que não se descuidou de dizer da inocência sem justificar ou revelar a origem dos muitos milhões, agora também se perfila no combate à corrupção.

Santa equipe! Só falta o Tourinho, lá de Brasília!

Mas, a se guiar pelas escritas e manifestações públicas (em passeatas contra a corrupção, inclusive), há muito mais “guerreiros novos” no front de combate aos malfeitos. Lembram dos escândalos envolvendo os vereadores de Cuiabá, que resultou na CPI da Compra de Voto, no ano de 2000? Pois é. O defensor dos malfeitores agora é ativo e imponente ativista pela ética e por justiça.

Acho que se cansou de somente defender o Humberto Bosaipo nas mais de 200 ações que este responde, tudo por improbidade e desvio de recursos públicos. É óbvio que o “novo guerreiro” será importante no combate ao crime e à corrupção porque conhece os meandros de como se ativa a máquina que avança sobre o erário. Afinal ele protegia Murilo Domingos, o mentor da empresa João Só, criada para drenar recursos públicos da prefeitura de Várzea Grande.

Enfim.

“Tamos” anunciando que em vista de tão importantes estudiosos do crime e de criminosos, se ativando no combate à corrupção, restará sem sentido e desnecessária a sequencia destes militantes, fundadores do MCCE, nessa árdua atividade.

Ceará diz: “Eu já me decidi. Sem função no combate à corrupção, irei auxiliar a minha esposa, na produção de artesanato e cultivo de frutas. Até pedi a ela que aumente o espaço físico do seu 'ateliê de fundo de quintal'’, a permitir o ingresso deste novo ‘artesão’”.

Difícil será dar um destino digno ao “abacateiro do Sintep”, imponente árvore que viceja no alto do Bairro Bandeirantes, em Cuiabá (ali próximo à Mesquita Muçulmana, nas imediações da Igreja do Rosário). Mas com certeza ao menos regada semanalmente ela será.

E se os “novos cristãos” recém convertidos no combate ao malfeito se revelarem fraudadores da boa fé alheia e destacados fariseus, aí os ativistas do MCCE voltarão. Com todo o gás e com a ajuda do abacateiro.

Antonio Cavalcante Filho e Vilson Nery são ativistas do MCCE (Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral) em Mato Grosso.


Antonio Cavalcante Filho

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Parmenas Alt
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