A primeira dica é para quem tem dívidas caras, como as de cheque especial ou rotativo do cartão de crédito: quite-as totalmente ou parcialmente antes de mais nada, já que os juros são muito altos e fazem o valor devido aumentar muito rapidamente.
“Tem gente que faz um controle do orçamento familiar mas não das dívidas. Muita gente nem sabe quanto paga de juros e quanto é o principal que está devendo, só sabe o valor que tem que pagar para continuar rolando a dívida”, diz Conrado Navarro, consultor de finanças pessoais e autor do livro “Vamos Falar de Dinheiro?”.
A primeira providência, então, é descobrir de quanto é a dívida e ligar para o banco ou instituição para negociar. Esse passo é importante porque muitas vezes o banco pode “congelar” a dívida (parar de cobrar juros) e parcelar o valor devido sem juros se o cliente se comprometer com o pagamento.
“O melhor é quitar tudo, mas mesmo se não der para pagar o valor todo é bom ligar e negociar. No caso de dívidas caras, a dica vale mesmo para quem terá que se endividar de novo depois para pagar despesas do começo do ano, porque até lá você pode conseguir um crédito mais barato, além de ter ficado dois meses sem pagar juros”, diz Carla dos Santos, consultora de finanças pessoais.
Para quem tem só dívidas de pequeno valor ou uma ou outra parcela atrasada, às vezes é possível quitar os atrasados e ainda sobrar uma parte do 13º salário. Para esses, a notícia é boa: “qualidade de vida é importante”, diz Navarro. “O dinheiro serve também para aproveitar as férias, as festas de final de ano, realizar um desejo.”
Compras
Quem vai às compras deve aproveitar o dinheiro no bolso e tentar negociar um preço melhor à vista. “É importante pesquisar e comparar preços para fazer um bom negócio”, diz Carla dos Santos. “As pessoas às vezes não têm noção do desconto que você consegue. Por exemplo, hoje a poupança rende no ano cerca de 7%, então um desconto de 5% à vista é significativo”, diz Navarro.
Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, lembra que, além do desconto, há outra vantagem em comprar à vista: “você não fica com uma dívida que vai comprometer parte da sua renda por um período longo”, diz ele.
Evitar contrair novos parcelamentos é importante por causa de outros velhos conhecidos dos brasileiros: os gastos de início de ano, como impostos, viagens e matrícula, uniforme e material escolar.
A dica de Leite é, se sobrar algum dinheiro do 13º, colocá-lo na poupança para usar em janeiro e fevereiro nestes gastos. Depois desse período, se ainda houver alguns reais na conta, pode-se fazer um investimento: Leite aponta os fundos de renda fixa, o Tesouro Direto e as ações como algumas das aplicações disponíveis ao consumidor.
Fonte:G1