Começa no próximo domingo (15) e segue até 15 de setembro o Vazio Sanitário da cultura da soja, período em que fica proibido o plantio no estado de Mato Grosso. A proibição é uma medida de defesa vegetal e visa evitar o alastramento da ferrugem asiática, doença que atinge a lavoura de soja e é disseminada a partir de plantas vivas. Além da orientação aos sojicultores, a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) está conscientizando prefeituras de municípios produtores para o período proibitivo.
“Além de estarem proibidos de plantar soja, os produtores devem eliminar a soja guaxa, aquela que nasce de forma voluntária”, explica o diretor técnico da associação, Nery Ribas. A orientação aos produtores é feita por meio de campanha publicitária e comunicação direta.
De forma complementar, a Aprosoja-MT orienta as prefeituras de municípios produtores de soja sobre como proceder nos casos de surgimento de soja em margens de rodovias e no perímetro urbano, originadas de sementes caídas de caminhões, por exemplo. “A união de todos – produtores, Município e Indea-MT – é fundamental para que façamos o controle da ferrugem asiática”, destaca Ribas.
O impacto da doença no Estado não se limita aos agricultores. “Como a soja é uma das culturas de maior impacto econômico em Mato Grosso, a queda de produtividade pode significar menos impostos recolhidos e até uma redução na geração de renda nas cidades”, comenta o diretor técnico. No último ciclo, os prejuízos com a ferrugem asiática na região Centro-Oeste foram de US$ 1,9 bilhão em perdas diretas (produção) e US$ 600 milhões em aplicações extras de defensivos para o seu controle, que já não possuem a mesma eficácia.
Produtores que descumprirem a medida são sujeitos à autuação e à cobrança de multas, que é de 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) mais 2 UPFs por cada hectare não destruído.
A fiscalização no período do vazio sanitário é realizada pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), e tem aumentado nos últimos quatro anos. Em 2010, 2.216 fiscalizações foram realizadas, e em 2013, o número passou para 3.210 – um aumento de 45%. As autuações e as notificações também cresceram: 583% e 69%, respectivamente.
De acordo com o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Indea-MT, Ronaldo Medeiros, o fortalecimento da fiscalização acompanha o desenvolvimento da cultura da soja no estado. “Há pouco tempo, tínhamos aproximadamente 40 municípios produtores do grão em Mato Grosso. Hoje, já temos registro de sojicultura em cerca de 100 municípios”, afirma.
2010
2011
2012
2013
Fiscalizações
2216
2813
2818
41
Notificações
175
331
308
296
Autuações
6
32
44
41
Fonte: Indea-MT
Saiba mais
A Ferrugem Asiática da Soja é uma doença causada por fungos. Pode ser identificada a partir de pequenos pontos escuros que surgem nas folhas da planta. Sua principal ação é a desfolha do vegetal, o que leva à queda na produtividade da sojicultura. A ferrugem se alastra rapidamente, pois pode ser espalhada pelo vento.
Desde 2006, o Vazio Sanitário da Soja em Mato Grosso inicia-se no dia 15 de junho de cada ano, permanecendo até o dia 15 de setembro do mesmo ano, onde é novamente liberado o cultivo da soja. Atualmente, outros 11 estados brasileiros adotam o vazio sanitário, além de Mato Grosso: Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná, Bahia, Rondônia, Maranhão e Pará.