A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Várzea Grande (SMEC/VG) sai na frente entre as unidades públicas de ensino da cidade e inclui, no currículo escolar, o ensino da língua espanhola. O pioneirismo está relacionado ao público atingido pela ação: alunos a partir de seis anos de idade. Oferta semelhante é vista somente entre àqueles matriculados em escolas particulares.
Nem mesmo a Lei nº11.161 que dispõe sobre o ensino da língua espanhola no Brasil contempla os pequenos estudantes. Nela, a rede pública tem, obrigatoriamente, que ofertar a disciplina ao ensino médio e, de forma facultativa, aos discentes do 6º ao 9º ano (antiga 5ª a 8ª séries). Ainda segundo a normatização, o prazo para as adequações das unidades de ensino expira em 2010.
Hoje, o ensino do idioma na rede municipal está sendo ministrado a 1199 estudantes – do 1º ao 9º ano do ensino fundamental – das EMEB”s Gonçalo Domingos de Campos (Jardim Alá), Profº Lenine de Campos Povoas (Eliane Gomes) e Pe. Luís Maria Ghisoni (Vila Arthur). Estas unidades estão inseridas no projeto educacional “Mais Tempo Para Qualidade”, criado pela SMEC/VG e que prevê educação em tempo integral.
Para o secretário titular da pasta, Elismar Bezerra Arruda, a inserção do ensino da língua espanhola na Rede Municipal de Ensino visa à “ampliação do universo de conhecimentos da criança sendo uma forma de proporcionar-lhe condições para um melhor desempenho no processo educacional”. Ele assinala o crescimento de oportunidades tanto culturais quanto econômicas após criação do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) em que os países membros – exceto o Brasil – fazem uso do idioma hispânico.
Para a professora Márcia Trevizan, a experiência será de grande valia enquanto profissional. Mesmo tendo habilitação em língua espanhola, jamais havia lecionado a disciplina. “Essa oportunidade abre portas para a realização de um trabalho diferente. Estou animada com a idéia”, completa a professora Sandra Lima Gomes. Outros dois profissionais da área também são responsáveis pelo ensino do Espanhol.
A assessora pedagógica da SMEC/VG, Liliana Kálix, conta que o reduzido quadro de professores deve-se à falta de profissionais habilitados na área. Mas acredita que esse fato não será empecilho para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade em sala de aula. “Esses professores precisam provocar o interesse dos alunos. Devem instigá-los a conhecer a língua espanhola seja por meio de músicas, filmes ou leitura”.
A assessora pedagógica está, desde o início da formação da equipe de educadores habilitados em Espanhol, auxiliando na elaboração e execução do plano de trabalho.
ESPANHOL EM MATO GROSSO – Desde o mês de outubro do ano passado, está em funcionamento o Centro de Recursos Didáticos de Espanhol (CRDE). Criado graças à parceria entre Ministério da Educação da Espanha e Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso está sediado na escola estadual “José de Mesquita”, no bairro Porto, em Cuiabá.
No espaço, os visitantes têm à disposição diversos materiais didáticos e paradidáticos além da possibilidade de pesquisas via internet. O horário de funcionamento é das 8 às 12h e das 14 às 17h30, sempre de segunda a sexta-feira.