Atualmente, 37 países enfrentam crises alimentares por causa de conflitos e desastres naturais. Além disso, a segurança alimentar também se vê afetada negativamente pelas subidas sem precedentes nos preços dos alimentos básicos, causados pelo nível baixo das reservas, os efeitos da mudança climática, os altos preços do petróleo e a crescente demanda dos biocombustíveis. De acordo com a FAO, Organização para a Agricultura e a Alimentação, o aumento pode causar impacto na inflação.
De acordo com o representante regional da FAO para América Latina e Caribe, José Graziano da Silva, esses fatores ajudam a explicar o aumento de 9% nos preços dos alimentos entre os anos de 2005 e 2006. “Os altos preços agrícolas revertem uma tendência de queda das últimas décadas. São uma oportunidade para os pequenos agricultores. A melhora nos salários e o crescimento econômico recente também permitem que as pessoas comprem mais. No entanto, temos que tomar medidas para evitar que, no curto e médio prazos, a segurança alimentar das pessoas seja ameaçada”, explicou.
Fatores de influência
O crescimento dos países em desenvolvimento, especialmente da Índia e China, explica, em grande parte, a maior demanda por alimentos. A demanda mundial de cereais, por exemplo, subiu cerca de 8% entre 2000 e 2006. O aumento da renda nos países em desenvolvimento contribuiu para a alta nos preços porque impulsionou a procura por alimentos de valor agregado mais alto, como frutas, hortaliças, carnes e lácteos. Soma-se a isso a queda do dólar frente a outras moedas.
Efeitos sobre a
segurança alimentar
A queda dos estoques de cereais a níveis historicamente baixos foi um fator determinante na alta dos preços agrícolas. Na América Latina, essa alta começa a aparecer nas taxas de inflação. Isto acontece porque os alimentos são um componente fundamental na estrutura dos índices de preços: em países, como Argentina, Brasil, Chile e México, esse componente corresponde a 20% e 30% do índice.
Agência Unipress Internacional
Por Anna Carolina Devay/FU