Ambos são igualmente encontrados em tumores …
Pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) identificaram uma variante do vírus HPV-18, o papilomavírus humano tipo 18, com maior potencial de causar câncer. A descoberta pode ajudar, no futuro, no desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer de colo de útero. Ficou constatado que a variante A1 oferece maior risco do desenvolvimento de câncer em comparação com a B1.
O estudo, liderado pela bioquímica Laura Sichero, foi publicado na revista científica Viruses e venceu a 13ª edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira na categoria Pesquisa em Oncologia. Existem mais de 200 tipos de HPV descritos na literatura médica, e cada grupo contém diferentes variantes que surgiram por mutações genéticas ao longo do tempo.
O papilomavírus humano tipo 18 é o segundo HPV mais comum no câncer de colo de útero, atrás do HPV-16, que é mais prevalente em tumores malignos originário de células epiteliais (carcinomas escamosos invasivos) do colo do útero. Ambos são igualmente encontrados em tumores malignos que surgem de glândulas, os adenocarcinomas.
“Por isso, decidimos estudar a evolução das características das células com infecções persistentes pelas variantes A1 e B1 do HPV-18 e verificar o potencial de evolução de cânceres a partir delas”, explicou a bioquímica à agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
Os cientistas analisaram as características de células infectadas por diferentes variantes de HPV-18, incluindo a A1 e B1, utilizando um modelo celular que simula a infecção viral. A partir dessa análise, conseguiram detectar o potencial de evolução de câncer em cada uma e determinar algumas das propriedades que diferenciam as células tumorais das normais, como a capacidade de migração (fator importante para a metástase), de replicação constante e de invasão a outros tecidos.
Fonte: Metrópoles