A dona de casa Sandra Ribeiro de
53 anos sobrevive atualmente do salário mínimo que conseguiu junto ao INSS,
que concede o benefício auxílio-doença para as pessoas incapacitadas para o
trabalho, seja por motivo de doença ou acidente.
No caso de Sandra, ela tem artrose
e bico de papagaio, por conseqüência não pode trabalhar e não agüenta pegar
peso, além de andar com muita dificuldade.
Há alguns dias ela vem tentando
conseguir na Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos (MTU) o
direito de ter a carteirinha (cartão transporte) que lhe permita andar de
ônibus gratuitamente, para buscar o tratamento que tanto necessita, pois,
com R$ 350 por mês, tem que comprar remédios e manter as despesas da casa,
entre outras necessidades.
Segundo ela, é necessário pegar
dois ônibus por dia, três vezes por semana, para chegar ao local de
tratamento.
“Com muito custo e depois de
passar por vários exames, médicos e peritos do INSS, consegui o benefício
auxílio-doença e como ganho pouco recorri a MTU para ter direito a passagem
gratuita, porém quando cheguei lá, fui mal tratada pelo Drº Silas (médico
perito da Associação), que na minha cara disse que eu não era inválida, pois
andava e que voltasse quando tivesse 60 anos, idade que me daria o direito
que buscava, ou seja, ele reprovou um atestado dado pelo perito do INSS sem
ao menos pedir meus exames já realizados que comprovavam minha invalidez. Me
senti humilhada e no limite de minhas forças”, relatou Sandra.
Na busca por uma solução e por
saber que o vereador Valtenir Pereira (PSB) é presidente da Comissão de
Direitos Humanos e Defensor Público, Sandra veio até o gabinete do
parlamentar, que indignado com o que ouviu se dirigiu imediatamente a MTU,
junto com a munícipe, para saber da administração da empresa o porquê do
descaso, uma vez que existe lei municipal de autoria do prefeito Wilson
Santos, na época vereador, que garante o transporte municipal gratuito a
pessoas incapacitadas para a vida independente.
“Quando vereador Wilson Santos
criou o projeto de lei que dava esse direito aos fisicamente inválidos e
agora como prefeito a descumpre. Porém não é apenas isso que nos revolta,
mas também a falta de sensibilidade da MTU no atendimento dessas pessoas,
que além de serem idosas e pobres, estão doentes”, criticou Valtenir.
A Secretária Executiva da
Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos, Mércia Berto, disse não
ter conhecimento de maus tratos por parte dos peritos que trabalham na MTU
e, que iria buscar junto ao advogado da Associação maiores esclarecimentos
sobre o benefício da gratuidade nos transporte coletivo para as pessoas que
recebem o auxílio-doença. “Vou me informar melhor e assim que tiver uma
resposta entro em contato com você (vereador) marcando uma reunião com a
dona Sandra, que lhe pediu ajuda, o médico e nosso advogado para vermos os
procedimentos a serem adotados”, afirmou Mércia.