Entre os obstáculos da carreira de Engenheiro, em alta por conta de grandes obras de engenharia incentivadas pelo Governo Federal, enxergamos um número de colocações no mercado de trabalho promissor.
Sabemos que apenas 5% dos alunos que completaram a graduação no Brasil em 2007 formaram-se em cursos de Engenharia, mas será necessário formar o dobro de engenheiros por ano para acompanhar o ritmo de crescimento do Brasil. O contraste com outros países fica tão evidente que, na China, por exemplo, cerca de 35% dos egressos da graduação cursaram uma das diferentes modalidades de Engenharia.
Temos a maturidade e a experiência para ver que o problema no Brasil não está simplesmente na falta de engenheiros no mercado, mas sim na escassez de profissionais especializados, seja em saneamento, em infraestrutura, em edificações, ou em inovação tecnológica.
Precisamos valorizar a profissão para atrair jovens para a área. É verdade que a Engenharia não tem sido procurada pelos estudantes porque é um curso difícil e os salários são baixos. O salário médio de um recém-formado em Engenharia deveria ser de R$ 6 mil e de um especialista sênior em gerenciar projetos na área, de R$ 25 a R$ 30 mil. Mas na prática esses valores nem sempre são praticados e áreas como infraestrutura, saneamento básico e habitação devem precisar de mais engenheiros em um curto espaço de tempo.
No caso de Mato Grosso, estima-se que em 1994 cerca de 650 empresas atuavam e hoje são 3.892, ou seja, seis vezes mais. Também dobrou o número de profissionais habilitados trabalhando no Estado de 6.534 passou a 10.819, sendo que 3.236 estão no setor da construção civil.
Por isso, aproveito para conclamar o Estado de Mato Grosso, respeitados os ditames legais, em utilizar a mão-de-obra dos profissionais que aqui militam, que aqui possuem suas raízes e bases, vez que são detentores de suficiente competência e conhecimento técnico-profissional para desenvolver projetos e executar serviços e obras que transformarão nossa Capital e todo o Estado de MT, gerando melhorias incalculáveis.
*Tarciso Bassan
Presidente do Crea-MT