Pesquisadores sul-africanos demonstraram entusiasmo com os resultados de dois estudos feitos sobre a Aids, que indicam a possibilidade de, no futuro, existirem vacinas capazes de controlar os níveis do vírus HIV e prevenir a doença.
As primeiras informações de um dos testes, baseado em 480 pessoas não contaminadas pelo vírus – metade proveniente da África do Sul –, demonstraram que a maior parte delas apresentou resposta imunológica positiva depois de receberem a vacina HVTN 204.
Indivíduos com o sistema imunológico saudável são considerados menos vulneráveis à contaminação pelo vírus, diferente daqueles que têm o sistema comprometido, que contraem a doença com facilidade.
Gavin Churchyard, um dos pesquisadores envolvidos, declarou, em encontro patrocinado pela iniciativa Sul-Africana da Vacina contra a Aids, realizado em Joanesburgo, ser essa uma boa notícia, além de um marco importante, mesmo considerando que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Outro teste clínico com uma vacina de DNA desenvolvida pela FIT Biotech, da Finlândia, feito com um grupo menor de portadores do HIV, apresentou resultados do mesmo modo satisfatórios. A maior parte dos voluntários desse experimento era de moradores do Soweto, área urbana, de população negra, no sul de Joanesburgo.
Hoje, aproximadamente 5,5 milhões de sul-africanos, o que equivale a 12% do total da população local, estão contaminados pelo vírus da Aids. Diariamente, são cerca de mil mortes por causa da doença, o que faz do país um importante foco nos esforços ao combate a esse mal.
De acordo com Churchyard, os efeitos colaterais da vacina se mostraram, em regra, levemente moderados.