Os terroristas navegaram através do mar Árabe, de Karachi até Mumbai, com a ajuda de um sistema portátil de posicionamento global. A caminho da cidade, eles se comunicaram usando telefones via satélite com os arquitetos do plano, posicionados no Paquistão, e receberam as coordenadas para os ataques. Eles reconheceram seus alvos e sabiam as rotas mais rápidas até cada um deles em parte porque estudaram fotos via satélite do Google Earth.
Além disso, ao longo dos três dias de cerco em dois hotéis de luxo e um centro judaico, os homens baseados no Paquistão se comunicaram com os que realizavam os ataques usando linhas telefônicas online que dificultaram a intercepção das chamadas.
Estes articuladores, que aparentemente assistiram os ataques se desenvolverem ao vivo pela televisão, foram capazes de informar os terroristas sobre a movimentação das forças de segurança por causa das informações obtidas nos noticiários, podendo assim instruir e encorajar os terroristas, disseram as autoridades.
Hasan Gafoor, comissário de polícia de Mumbai, disse na segunda-feira que tecnologias antes complicadas (como os sistema de posicionamento global e os telefones via satélite) se tornaram muito simples, agora os terroristas, como qualquer pessoa, podem usá-las. “Os terroristas, assim como os criminosos comuns, tentam sempre estar um passo à frente em relação às novas tecnologias”, ele disse.
Chamadas telefônicas
As forças de segurança indianas que cercavam os terroristas foram capazes de monitorar telefonemas interceptando sinais de celulares. Mas a polícia local disse que os homens por trás dos ataques, provavelmente membros do Lashkar-e-Taiba, um grupo militante baseado no Paquistão, usaram um serviço de telefonema Voice over Internet Protocol (VoIP), que complicou as tentativas de determinar sua localização e identidade.
Serviços VoIP, no qual as conversas são realizadas pela internet ao invés de linhas telefônicas convencionais ou torres de celulares, são populares entre pessoas que buscam economizar nas ligações de longa distância. Serviços como Skype e Vonage permitem que um usuário ligue para outro aparelho com capacidade VoIP em qualquer lugar do mundo gratuitamente, ou a um telefone comum ou celular por um valor muito menor do que o normal.
Mas estes serviços se tornaram cada vez mais populares entre criminosos e terroristas, uma tendência que preocupa algumas agências de combate ao crime. “Isso é um problema”, disse um agente sênior indiano, que falou sob condição de anonimato. “Isso é algo completamente novo”.
Por JEREMY KAHN/U.Seg