Clima de festa e alegria. As ruas da querida Rondonópolis tomada por uma
multidão vestida de vermelho. O sorriso estampado no rosto e a certeza que
aquela sim seria a noite histórica para um povo que aguardava por este
momento a mais de 36 anos.
O show iria começar, a expectativa era enorme e o coração batia forte. O
palco era o Estádio Municipal Luthero Lopes, o ator principal era o União
Esporte Clube, o coadjuvante o Operário Varzea-grandense.
Quando o juiz apitou o começo do jogo, torcedores, dirigentes, técnicos,
jogadores e todos que ali estavam sabiam que a noite do dia 28 de abril de
2010 ficaria marcada para a história do futebol de Mato Grosso.
Era uma final onde os dois clubes já eram vencedores. O União por ter
conseguido montar um bom clube, mesclando jogadores do estado e de fora. Já
o Operário por ter superado a desconfiança e surpreendendo a todos por estar
na final.
Guerreiro foi a palavra usada para cada um que trabalhava na noite desta
quarta. Esta palavra o Operário utilizou em seu vestiário com cartazes
pregados nas paredes dizendo: “Vocês são todos guerreiros”. O União levou a
palavra para dentro de campo.
Em campo o que viu foi dois tempos totalmente diferentes. No primeiro a
supremacia colorada, já no segundo a raça tricolor. Dois técnicos perfeitos,
tanto Everton Goiano como Éder Taques souberam dar o tempero especial para a
partida.
Bola rolando, torcida cantando e gol surgindo. O 1 a 0 saiu do placar com o
petardo de Waldir Papel que não deu chances para o ótimo goleiro Cleberson e
fez pipocar o caldeirão do Luthero.
A torcida colorada pode vibrar mais uma vez com o lateral direito Leonardy
que fez o segundo gol unionino. Logo depois o caldeirão vibrou com o
terceiro gol do União marcado novamente com Waldir Papel.
Após o fim do primeiro tempo, jogadores do Operário não acreditavam no que
estava acontecendo. A festa colorada estava linda, mas a euforia foi contida
com o técnico Everton Goiano dizendo que não tinha nada decidido
O treinador estava coberto de razão e o chicote da fronteira veio demolidor
para a segunda etapa. A equipe de Várzea Grande conseguiu diminuir o jogo
com Adriano Paulista cobrando pênalti.
O clima de festa que a torcida do União fazia virou desespero após o segundo
gol marcado por Adriano Paulista. Para o Operário o tempo voava, já o União
via passar lentamente. As unhas já não existiam e os olhos não piscavam.
Quando Jamil Rodrigues de Souza apitou para o centro de campo, expludiu a
massa colorada e o grito de campeão engasgado há 36 anos podem ser solto.
Era o fim de um longo tabu onde o vermelhinho de Rondonópolis bateu na porta
nove vezes. Agora o União pode gritar para todos que é Campeão
Mato-grossense de 2010.
*Valtenir Pereira é defensor público licenciado e deputado federal por Mato
Grosso
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