O estudo “A educação como processo de redução das vulnerabilidades relacionadas ao uso de drogas: levantamento de experiências no Brasil” apresentado nesta manhã no Palácio do Planalto aponta que as instituições governamentais e não governamentais ainda atuam de forma pontual nas ações de prevenção e atenção ao uso de drogas.
Segundo a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes, há uma necessidade de maior envolvimento de todo o setor de educação, da sociedade civil e do governo para realizar um trabalho que tenha continuidade. “A questão da prevenção ainda é muito pontual. Não temos observado a continuidade nos programas oferecidos por instituições que atuam no setor de combate as drogas. Drogas ainda são uma espécie de tabu nas escolas. As escolas precisam trabalhar com esta questão. A sustentabilidade é fundamental”, acrescentou.
De acordo com o levantamento apresentado, das 574 instituições mapeadas pelo estudo que realizavam ações de redução e prevenção de danos, apenas 80 delas responderam a questionários encaminhados pela Unesco. Dessas, 21% afirmaram que atuam de 1 a 4 anos na área de prevenção, 35% atuam de 5 a 10 anos, 27,5% atuam de 10 a 15 anos e as demais há mais de 15 anos. As instituições localizam-se em sua maioria na região sudeste, seguidas pelas regiões Sul e Centro-oeste. A maioria delas era não governamental (78,75%).
Dentro dos tipos de atendimentos e serviços prestados, as organizações não governamentais desenvolvem mais ações em apoio direto as pessoas, informações e mobilização comunitária. As organizações governamentais e não governamentais apontaram como atendimento majoritário a atenção à comunidade, mulheres e usuários de drogas.
Das atividades educativas relatadas, destacam-se oficinas de desenvolvimento de competências e lideranças e atividades de alfabetização e articulação com as escolas. Instituições governamentais e não governamentais registraram que atuam em projetos pilotos para transformá-los em política pública.
O estudo faz parte de um programa de redução de danos que vem sendo desenvolvido no país pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil) em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas da Presidência da República (SENAD), o Ministério da Saúde (Programa Nacional DST/AIDS, Programa de Hepatites Virais, Área Técnica de Saúde Mental) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). O projeto, financiado pela Comissão Européia, deverá ser apresentado no primeiro trimestre de 2009.
U.Seg