quinta-feira, 21/11/2024
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Uma grande safra indo para o ralo, diz ministro da Agricultura

Bastou chover um pouco mais que o esperado e parte da supersafra brasileira de soja corre o risco de micar no pa&iacutes sem conseguir chegar aos portos. Ela est&aacute encalhada nos 100 km n&atildeo asfaltados da BR-163, a rodovia que &eacute hoje a principal liga&ccedil&atildeo entre uma grande zona produtora do gr&atildeo, no Mato Grosso, e os portos do Norte do pa&iacutes. Dinheiro que estava na mesa, de uma grande colheita, est&aacute indo para o ralo, nos buracos das estradas lamentou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. D&aacute pena de ver.

Ele informou que 11 navios que estavam no porto de Bel&eacutem esperando carga de soja j&aacute foram desviados para portos do Sul do pa&iacutes. Os produtores tiveram preju&iacutezo de 6 milh&otildees de d&oacutelares s&oacute com a demourage, a taxa paga pela perman&ecircncia das embarca&ccedil&otildees. A carga desviada, por sua vez, poder&aacute sobrecarregar portos como Santos (SP) e Paranagu&aacute (PR).

No total, o setor estima que o preju&iacutezo nessa safra ser&aacute de 350 milh&otildees de reais, segundo informou o presidente da Associa&ccedil&atildeo Brasileira das Ind&uacutestrias de &Oacuteleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli. Estamos queimando notas de cem d&oacutelares, uma atr&aacutes da outra, afirmou o executivo.

Segundo Maggi, o produtor que vende a soja precisa entreg&aacute-la no prazo, no local definido pelo comprador. Diante do atraso no escoamento da produ&ccedil&atildeo local, a alternativa &eacute, muitas vezes, adquirir soja de outros pa&iacuteses produtores, como Estados Unidos e Argentina, para honrar o contrato. E aquela soja brasileira que iria para esse comprador fica &lsquomicada&rsquo aqui, explicou o ministro, um dos maiores produtores de soja do pa&iacutes.

Maggi e o ministro dos Transportes, Maur&iacutecio Quintella, se reuniram nesta quinta-feira, com representantes dos produtores para discutir a situa&ccedil&atildeo na BR-163. Eles acertaram um esquema pelo qual ser&aacute reduzido o envio de caminh&otildees para a rodovia, de forma que ser&aacute poss&iacutevel manter as condi&ccedil&otildees de tr&aacutefego.

A estrada ser&aacute aberta para a passagem de caminh&otildees por per&iacuteodos. Depois, o tr&acircnsito ser&aacute interrompido para que as m&aacutequinas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) possam aplainar novamente a pista. E assim sucessivamente, num esquema anda e para.

Fila

Nesta quinta, 1,2 mil caminh&otildees, numa fila de 40 km, aguardavam autoriza&ccedil&atildeo para seguir viagem pela rodovia no sentido norte. A pista j&aacute havia sido aberta para autom&oacuteveis de passeio e caminh&otildees com carga perec&iacutevel. A expectativa era permitir o tr&acircnsito de caminh&otildees pesados nesta quinta mesmo. Com isso, a fila poder&aacute acabar em cerca de dois dias, se o clima colaborar.

A pista no sentido sul j&aacute est&aacute aberta e n&atildeo h&aacute mais filas. Mas, para chegar a essa situa&ccedil&atildeo, foi necess&aacuterio buscar ajuda do Ex&eacutercito para desfazer a aglomera&ccedil&atildeo de ve&iacuteculos na via e permitir a passagem das m&aacutequinas do Dnit. At&eacute o Carnaval, a via estava bloqueada e a fila chegava a 700 km.

Para socorrer os caminhoneiros e fam&iacutelias que est&atildeo h&aacute dias parados nas estradas, e tamb&eacutem as comunidades isoladas, o Ex&eacutercito vai distribuir 3 mil cestas b&aacutesicas e &aacutegua. O primeiro carregamento chegou nesta quinta ao local.

A prioridade do governo &eacute garantir o escoamento pelo Arco Norte, disse Quintella, referindo-se aos portos no Norte do pa&iacutes. Ele lamentou o gargalo na BR-163 e informou que o asfaltamento dos 100 km que est&atildeo faltando j&aacute est&aacute totalmente contratado. A expectativa &eacute que sejam asfaltados 60 km este ano e outros 40 km no ano que vem.

(Com Estad&atildeo Conte&uacutedo)VEJA.COM

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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