Na opinião dos americanos, o governante é um rei temporário que se fez pelos próprios méritos. E assim sendo, é uma referência para o comportamento de todos os seus concidadãos. Sobre ele, então, recaem todas as expectativas
que, em outras circunstâncias, seriam próprias do monarca, caso, porém, seja alçado por mãos de outros, ele é títere. Do governante títere pouco se pode esperar. No governo títere, as decisões decorrem do interesse daquelas mãos,
são elas que de fato governam.
De 1983 a 2006, todos os governadores de Mato Grosso chegaram ao Poder pelo próprio mérito. Júlio por seu fervor desenvolvimentista, Bezerra por sua grande líderança popular e símbolo de luta pela democracia, Dante pela mesma
causa de Bezerra, porém, um passo à frente do peemedebista por causa da “Diretas Já”. Na outra ponta, se acham Jaime, municipalista, e Blairo,
defensor do modelo de gestão empresarial de Governo.
Esta linhagem, porém, foi interrompida, em 03 de outubro, com a eleição do *circunstancial
*vice, Silval Barbosa, para Governador de Mato Grosso.
De Silval Barbosa, o que se sabe é sobre a sua desconexa bandeira separatista para a criação do Estado do Araguaia. O seu argumento se resumia
na frase: “Dividir para crescer”. Nada mais falso!
O crescimento de Mato Grosso, pós separação do Sul, não se deu pela divisão em sí, mas em razão do plano de desenvolvimento do Governo Federal, mais incentivos fiscais e créditos favoráveis à região Amazônica na época da divisão. Os brasileiros mato-grossenses atenderam ao chamamento.
O mundo se agrupa: Mercosul, União Européia, e outros, por resultados comerciais mais robustos para gerar mais riqueza, emprego e renda para a sua gente. Isto prova que a barreira para um um novo salto econômico em nosso Estado não advém do seu tamanho, mas da falta de um plano de integração e fomento às suas vocações. Esse é o grande desafio!
Circunstancialmente eleito vice-governador em 2006, jogou fora o gasto pano.
Em sua campanha para Governo não transpôs, sequer, o limite da mesmice. Sua lista de boas intenções para a saúde, educação, segurança, soavam como se ele nada tivesse a ver com o caos estabelecido nessas áreas em todo o Estado, como se não fosse o circunstancial governador de Mato Grosso.
Faltou-lhe, também, esclarecer acerca do escândalo dos maquinários, dos medicamentos, da Fertipar e da Sema, originados em seu Governo, e o porquê de mais de 130 obras públicas do Estado paralisadas.
Quatro foram as forças que rebocaram Silval Barbosa ao posto de governador títere de Mato Grosso: PT, PR, PP, e PMDB. Juntos, construiram a mais prodigiosa máquina eleitoral da história desse Estado. Serão eles que conduzirão, de fato, as decisões do Estado a partir de agora, janeiro de 2011?
O primeiro sinal de subserviência do governador títere àquelas forças é o da partilha do Governo. Sete Secretarias foram dadas ao PR, sete ao PMDB, três ao PP, e uma ao PT. O segundo, da ocupação do Governo. Alguns dos
nomes *recomendados pelo quarteto mandatário para ocuparem aquelas pastas, não só estão
pendurados no prato de balança da justiça como têm, por única preocupação, sua própria sorte na eleição seguinte.
Por ser de curto prazo, por não poder concorrer a mais uma eleição, teme-se que este Governo logo se transforme num grande comitê de apoio ao próximo ungido.
Segundo Maquiavel, um príncipe prudente jamais deve recorrer à tropa mercenária por ser prejudicial e perigosa. Elas só causam danos! Os
mercenários pensam em si e no que vão ganhar não no êxito do monarca, do Estado. A vitória obtida através da força e armas alheias não é uma vitória genuína. Se vencem, aprisionam quem as utiliza.
*Milton Figueiredo Júnior é empresário em Sinop*