“Estamos a anos-luz de onde estávamos no ano passado. Ainda temos muito trabalho, sem dúvida, mas temos feito coisas consideradas necessárias para a temporada ciclônica”, assegurou na semana passada o diretor da agência federal de gestão de situações de crise (FEMA), David Paulison.
Paulison foi designado à frente da FEMA em setembro de 2005, em substituição a Michael Brown, criticado por sua incompetência.
O governo americano vem atuando para se preparar para a nova temporada ciclônica, a fim de evitar suspresas. “Estamos mais bem preparados que no último ano”, afirmou Paulison.
Foram organizados exercícios em maio para controlar as melhoras na coordenação da ajuda. Altos funcionários federais encarregados de “coordenar” a ajuda do governo federal em caso de catástrofe foram nomeados nas regiões do Golfo do México e da costa atlântica.
O governo segue marcado pelos erros cometidos no momento do Katrina. O presidente George W. Bush e o secretário de Segurança Interior, Michael Chertoff, foram muito criticados pelo modo como manejaram a catástrofe. Bush reconheceu a falha geral dos serviços públicos.
A FEMA fortaleceu seus meios logísticos e de comunicações e melhorou o sistema de intercâmbio de informações entre as autoridades federais e locais, segundo Paulison.
A agência federal se equipou com satélites, pôs em funcionamento equipes de reconhecimento para avaliar rapidamente a situação, multiplicou por quatro seus estoques de alimentos, dotando-se de sistemas de posicionamiento por satélite GPS, a fim de seguir os deslocamentos de seus caminhões.
Em Nova Orleans, o corpo de engenheiros militares reparou e reconstruiu os diques, mas a população teme que eles possam não resistir a um furacão da magnitude do Katrina.
O Congresso dos Estados Unidos expressou ceticismo a respeito dos progressos realizados e vários relatórios oficiais publicados nos últimos meses alimentaram a dúvida sobre a capacidade das autoridades para enfrentar um novo furacão poderoso.
Um relatório parlamentar sugeriu substituir a FEMA por um organismo com competências mais amplas. Outro informe do Departamento de Segurança Interior publicado em junho estimou que era necessário “melhorar os planos” para enfrentar as consequências de um furacão da categoria 5, o nível mais elevado na escala Saffir-Simpson.
O GAO, órgão de controle do Executivo, estimou, por sua vez, que o Pentágono deveria definir com mais detalhes seu papel e melhorar seus planos para enviar rapidamente aviões, helicópteros e soldados.