Intensificação do conflito na região é esperada pelas autoridades do país desde que as tropas de Vladimir Putin deixaram a região da capital Kiev
A Ucrânia pediu neste sábado, 9, que os civis da região leste de Luhansk fujam dos bombardeios da Rússia depois de pelo menos 52 mortes serem relatadas pelas autoridades locais após um bombardeio em uma estação de trem na cidade de Kramatorsk na última sexta-feira, 8. Sirenes de ataques aéreos soaram em grande parte do leste da Ucrânia na manhã de sábado, disseram autoridades, enquanto o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, instou as pessoas em um discurso televisionado a sair. As tropas russas continuam se reagrupando e reunindo forças para uma ofensiva mais intensa.
O presidente Volodymyr Zelenskiy pediu uma “resposta global firme” ao ataque de mísseis contra a estação em Kramatorsk, na região do Donbass. O prefeito da cidade, que estimou que 4 mil pessoas estavam reunidas na estação, afirmou que pelo menos 52 morreram, incluindo 5 crianças. O Ministério da Defesa da Rússia negou a responsabilidade pelo ataque, dizendo em comunicado que os mísseis que atingiram a estação foram usados por militares da Ucrânia para criar uma narrativa internacional de guerra contra as tropas russas. Todas as declarações das autoridades ucranianas sobre o ataque foram “provocações”, disse.
Há dois dias, as autoridades da Ucrânia já haviam advertido para a “última chance” de fugir do leste do país, antes que a Rússia desse início a um ataque intenso esperado há dias e apontado como previsível pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e pelo serviço de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido. “Os próximos dias são, talvez, a última oportunidade de fugir”, afirmou numa rede social o governador da região de Luhansk, Serguii Gaidai, ao informar que os russos “estão cortando todas as vias possíveis de saída”.