quinta-feira, 21/11/2024
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Turquia bombardeia território sírio em represália a ataque de morteiro

O Exército da Turquia bombardeou alvos em território sírio nesta quarta-feira em resposta a um ataque de morteiro no qual ao menos cinco cidadãos turcos morreram. A informação foi confirmada, em comunicado oficial, pelo gabinete do premiê Tayyp Erdogan.

Não há confirmação sobre danos ou vítimas.

"Nossas Forças Armadas na região fronteiriça reagiram imediatamente a esse abominável ataque, de acordo com suas regras de ação; alvos foram atingidos com artilharia em lugares na Síria identificados via radar. A Turquia jamais deixará sem resposta tal tipo de provocação por parte do regime sírio contra nossa segurança nacional", afirmou Erdogan, no comunicado.

O morteiro sírio atingiu uma área residencial da cidade turca de Akcakale. Relatos indicam que os mortos são uma mulher e crianças de uma mesma família. Outras oito pessoas teriam ficado feridas, incluindo três policias, de acordo com testemunhas da agência de notícias Reuters. Moradores realizaram um protesto contra o ataque.

Davutoglu telefonou para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para informá-lo da situação. Mais cedo, Ban havia, em comunicado, pedido ao regime sírio que respeitasse a integridade territorial dos seus vizinhos. "Ele [Ban] urge todas as partes a reduzir as tensões e criar um caminho rumo a uma resolução pacífica da crise síria", afirmou.

O premiê conversou também com o mediador internacional da crise síria, Lakhdar Brahimi, e com representantes dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Ele falou ainda com o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, e concordou em realizar uma reunião de emergência sobre o episódio ainda nesta quarta-feira. De acordo com a aliança, a convocatório será realizada com base no artigo 4 de seu regimento, que estabelece a realização de consultas quando um Estado-membro vê sua integridade territorial, segurança ou independência política ameaçadas.

No fim de semana, o premiê já havia afirmado que tomaria providências caso mais um ataque acontecesse. Na sexta-feira passada, outra bomba danificou prédios residenciais e comerciais, também em Akcakale.

Erdogan costumava manter boas relações com o ditador sírio, Bashar Assad, mas se uniu ao coro de críticos nos últimos mais de 18 meses de confronto entre as forças oficiais sírias e os rebeldes que querem o fim do regime atual. O turco chegou a acusar o ditador de gerir um "Estado terrorista" e autorizou os rebeldes a se organizar em território turco e a reivindicar uma zona-tampão na Síria.

Nos Estados Unidos, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou estar chocada com o ataque à Turquia e disse considerar a situação "muito perigosa".

Os EUA veem a Turquia como pivô no apoio à oposição síria e no planejamento do país pós-Assad. Mas Ancara parece cada vez mais isolada e frustrada com a falta de consenso internacional sobre maneiras de pôr fim ao confronto. A Turquia ainda abria mais de 90 mil refugiados da crise síria, e teme uma imigração em massa similar à de 500 mil curdos iraquianos que aconteceu na Guerra do Golfo (1991).

F.de SP

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Parmenas Alt
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