quinta-feira, 21/11/2024
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Tuberculose : O mal subestimado pelo Homem

Conhecida como o mal do século em meados de 1800, quando boêmios, românticos e poetas como Castro Alves foram suas vítimas, a tuberculose não ficou no passado. Oito milhões de pessoas são contaminadas todos os anos no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil, com 80 mil novos doentes registrados anualmente, é o 16° no ranking dos países com mais casos. Segundo o Ministério da Saúde, cinco mil brasileiros morrem todos os anos por causa da doença, o que é lamentável, já que a tuberculose é 100% curável se tratada corretamente. Para alertar a sociedade sobre sua gravidade, 24 de março foi instituído o Dia Mundial de Combate à Tuberculose.

Apesar de um terço da população no mundo já ter tido contato com o bacilo de Koch, causador da doença, que é transmitido pelo ar, apenas 5% dessas pessoas desenvolvem a tuberculose, devido às más condições de alimentação e de moradia, além de falhas no sistema imunológico. É justamente por isso que a população de baixa renda é a mais atingida.

Antes de começar a tomar os remédios, estima-se que um doente transmite o bacilo para outras 15 pessoas. Elisabeth Figueireido, de 45 anos, se trata há dois meses e, provavelmente, foi infectada por seu marido, que apresentou os sintomas antes dela. “O médico pediu exames para todos em casa. Meus filhos estavam bem, mas eu já tinha uma mancha no pulmão”, conta.

Após quinze dias de tratamento, o paciente já não transmite a doença e logo no primeiro mês os sintomas somem. “Essa eficiência é o céu e o inferno, porque o paciente se sente tão bem que larga o tratamento”, aponta Ezio Távora Filho, autor do livro “Políticas de tuberculose no Brasil – Uma perspectiva da sociedade civil”.

O problema é que, ao abandonar o tratamento, a doença se fortalece e pode se tornar resistente a vários medicamentos ou mesmo a todos os remédios disponíveis. E esse é o principal complicador para o controle da tuberculose.

Para tentar conter as taxas de desistência, a OMS recomenda a adoção do chamado tratamento supervisionado. Nele, o paciente adere a um programa e se dispõe a tomar o medicamento numa unidade de saúde. “Essa estratégia vai além de tomar o remédio sob observação. Dessa forma, o paciente tem acesso a outros benefícios”,
explica Távora Filho.

O Ministério da Saúde recomenda ainda a distribuição de cestas básicas e vale-transporte ao paciente que adere ao tratamento supervisionado. “Falta de cesta básica e vale-transporte é falta de vontade política”, diz Nadja Faraone, coordenadora da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose.
Elisabeth, que é moradora de São Vicente, no litoral paulista, porém nunca recebeu os benefícios. A Secretaria de Saúde da cidade alega problemas com os fornecedores.

Tratamento é gratuito em todo o País
O pintor Jair dos Reis, de 55 anos, morador de um cortiço no centro de São Paulo, pegou tuberculose no final do ano passado. Ele começou a se sentir mal e foi orientado a procurar um dos postos municipais aptos a atender pacientes com a doença.
Com o benefício da cesta-básica, durante seis meses ele seguiu à risca o tratamento supervisionado e hoje está curado.
Assim como Reis, qualquer pessoa com os sintomas da tuberculose pode fazer o diagnóstico e receber o tratamento, totalmente gratuito, na rede pública de saúde no País inteiro.

Por Gisele Brito

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Parmenas Alt
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