O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo nesta segunda-feira a republicanos para que endureçam ao lutar por ele, uma vez que a Câmara dos Deputados, de maioria democrata, votará a favor do seu impeachment em reação ao seu pedido para que a Ucrânia investigasse um rival político ao exortar seus colegas republicanos a saírem em sua defesa.
Trump fez os comentários no início de uma reunião de gabinete da Casa Branca. Atualmente, os democratas tentam angariar apoio público para seu inquérito de impeachment, que avança rapidamente, apesar de o governo intensificar seus esforços para deter a investigação.
A aprovação dos chamados artigos de impeachment na Câmara desencadearia um julgamento no Senado para se decidir se Trump é retirado do cargo. O Senado é controlado pelos republicanos, que vêm mostrando pouca inclinação para afastar Trump – embora ele tenha sido duramente criticado pelo senador e correligionário Mitt Romney.
Indagado se eram favas contadas que os democratas da Câmara votarão por seu impeachment, Trump respondeu sim, caso contrário se reelegerá no ano que vem. Ele ainda disse que os republicanos precisam endurecer mais e combater o inquérito de impeachment, dizendo que os democratas estão unidos.
“Eles não têm Mitt Romney”, disse Trump aos repórteres.
O diretor orçamentário interino da Casa Branca, Russell Vought, disse que tanto ele quanto Michael Duffey, diretor associado dos programas de Segurança Nacional do Escritório de Administração e Orçamento, não deporão aos comitês que lideram o inquérito na Câmara.
Duffey deveria depor a portas fechadas na quarta-feira agora que os democratas estão analisando a decisão de Trump de reter 391 milhões de dólares de ajuda a Kiev antes de pedir ao presidente ucraniano para investigar o ex-vice-presidente norte-americano Joe Biden.
Outras autoridades antigas e atuais desafiaram exigências da Casa Branca para que não cooperassem com o inquérito, que ameaça a presidência Trump. Outra rodada de depoimentos cruciais deve acontecer nesta semana, incluindo o de Bill Taylor, o diplomata mais graduado dos EUA na Ucrânia, na terça-feira.
Taylor pode ser uma das testemunhas mais importantes até o momento. As mensagens de texto que trocou com o embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, emergiram como peças centrais da investigação.
Outro que deve depor em uma sessão fechada na quarta-feira é Philip Reeker, secretário de Estado assistente interino para a Europa. Laura Cooper, vice-secretária de Defesa assistente para Rússia, Ucrânia e Eurásia, e Alexander Vindman, conselheiro europeu do Conselho de Segurança Nacional, têm depoimentos agendados para terça-feira, disse uma autoridade envolvida com o inquérito.