O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (23) que não “desistiu de nada” durante cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, na última semana, mas continuou evasivo sobre os detalhes de sua controversa reunião particular em Helsinque.
“Eu não desisti de nada, nós apenas conversamos sobre benefícios futuros para ambos os países. Além disso, nos demos muito bem, o que é uma coisa boa, exceto para a mídia corrupta!”, escreveu Trump em sua conta no Twitter.
Nesta segunda, Trump voltou a pedir o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre a Rússia e sua equipe de campanha. “Uma vergonha para os Estados Unidos”, tuitou Trump, evocando as condições pelas quais um de seus ex-conselheiros, Carter Page, foi colocado sob vigilância pelo FBI.
“Deveriam abandonar a caça às bruxas desacreditada de Mueller”, acrescentou o presidente dos Estados Unidos, muito criticado durante a última semana por suas palavras consideradas muito conciliadores em relação a a seu colega russo Vladimir Putin.
Mueller, diretor do FBI entre 2001 e 2013 nas administrações de George W. Bush e Barack Obama, investiga se houve conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Trump durante as eleições presidenciais de 2016, e também se o chefe de Estado americano é culpado de obstrução da justiça.
Encontro com Putin
Depois de um encontro privado com o líder russo, em Helsinque, na Finlândia, em 16 de julho, Trump afirmou em entrevista conjunta acreditar em Putin, que nega qualquer interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.
Dias antes dessa cúpula, o Departamento de Justiça americano tinha indiciado 12 russos por conspiração por hackear o comitê do Partido Democrata. Por isso, a declaração causou um mal-estar nos Estados Unidos, que investigam a suposta ingerência russa.
As declarações de Trump foram alvo de violentas críticas de políticos democratas e republicanos, entre eles alguns de seus principais apoiadores, como o presidente da Câmara, Paul Ryan, além da imprensa.
No dia seguinte, Trump voltou atrás e disse ter aceito a conclusão da Inteligência americana de que houve ingerência da Rússia nas eleições americanas, mas que o resultado final não foi influenciado.
O presidente também afirmou que cometeu um erro com as palavras na entrevista conjunta com Putin. Segundo ele, na realidade, quis dizer que não viu razões por que não teria sido a Rússia que interferiu nas eleições de 2016.
Trump disse que quis dizer “why Russia wouldn’t interfere” (porque a Rússia não iria interferir) e disse “why Russia would interfere” (porque a Rússia iria interferir), mudando assim o significado da frase e eliminando seu sentido negativo.
Dias depois, Trump afirmou que espera ter uma segunda reunião com Vladimir Putin dessa vez em Washington. O governo americano encaminhou um convite para que o novo encontro seja realizado no outono, que no hemisfério norte começa em outubro.
Coreia do Norte
Trump voltou a atacar as “fake news” [ou “notícias falsas”, como ele costuma se referir aos meios de comunicação] e também elogiou os progressos da sua administração na relação com a Coreia do Norte.
“Nenhum foguete foi lançado pela Coreia do Norte em nove meses. Da mesma forma, não há testes nucleares. O Japão está contente, toda a Ásia está feliz”, tuitou Trump.
“Mas as Fake News estão dizendo, sem nunca me perguntar (sempre com fontes anônimas), que estou aborrecido porque não está rápido o suficiente. Incorreto, estou muito feliz!”, fazendo referência ao fim do programa nuclear da Coreia do Norte.
Trump se reuniu com o líder norte-coreano, Kim Jong Um, em 12 de junho em Singapura.
Fonte> G1.