quinta-feira, 07/11/2024
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Tropas russas impedem bombeiros ucranianos de acessar usina nuclear em chamas

Rússia alega que estava controlando a área atacada desde 28 de fevereiro e que quem provocou o incêndio foi a própria Ucrânia para tentar incriminá-la de ‘contaminação radioativa’

Os serviços de emergência ucranianos afirmaram nesta sexta-feira, 4, que as tropas russas estão impedindo os bombeiros de acessar o incêndio na usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, atingida por um bombardeio na noite da última quinta-feira, 3. “O invasor não autoriza as unidades de socorro público ucraniano a começar a extinguir o fogo”, afirmava um comunicado publicado na página oficial do Facebook, especificando que o acidente afetou um “edifício para treinamento” e que apenas um dos seis reatores do usina estava operacional.

Apesar da preocupação diante da situação, a Ucrânia já avaliou que o equipamento essencial da usina não foi afetado pelo incêndio e que não foi detectada nenhuma mudança nos níveis de radiação local. A informação foi repassada para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), que, por sua vez, logo publicou as últimas atualizações no Twitter . “A Ucrânia disse à AIEA que o incêndio na usina nuclear de Zaporizhia não afetou o equipamento ‘essencial’ e o pessoal da usina está tomando medidas para mitigar” os danos, tuitou a agência da ONU.

Após o bombardeiro da usina de Zaporizhia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu que a Rússia parasse de disparar contra a região na Ucrânia e que permitisse que os bombeiros chegassem ao local. “O presidente Biden juntou-se ao presidente Volodymyr Zelensky para exigir que a Rússia cesse suas atividades militares na área e permita que bombeiros e serviços de emergência acessem o local”, disse a Casa Branca em um resumo da conversa entre os dois presidentes. Além disso, um funcionário do alto escalão americano também indicou que não há sinais de “níveis elevados de radiação”: “Nossas informações mais recentes não mostram nenhuma indicação de níveis elevados de radiação e estamos monitorando de perto”.

Segundo a agência de notícias russa Ria Novosti, os russos não estão assumindo a responsabilidade pelo bombardeio na usina que provocou o incêndio e acusam nacionalistas ucranianos anti-Rússia de realizarem a ação. “Ontem à noite, no território adjacente à usina, o regime nacionalista de Kiev tentou implementar uma provocação monstruosa. Uma patrulha da Guarda Nacional [russ] foi atacada por um grupo de sabotagem ucraniano enquanto patrulhava a área protegida adjacente à usina nuclear de Zaporozhye”, disse o major-general Igor Konashenkov a repórteres da Ria.

Segundo os russos, a usina está ocupada por eles desde 28 de fevereiro e esse teria sido um contra-ataque, na tentativa de recuperar o território. O Kremlin afirma que suas as Forças Armadas controlam a cidade de Energodar, a própria usina, onde funcionários continuaram o trabalho planejado, e os arredores. Segundo o major-general Igor Konashenkov, as palavras do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre o incêndio “não deixam dúvidas” de que a situação teria sido organizada para “acusar a Rússia de criar uma fonte de contaminação radioativa” [na Europa]. No Twitter, o conselheiro do Chefe do Gabinete da presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolak, publicou um vídeo (veja abaixo) da usina junto da declaração de que “Toda a Europa corre o risco de repetir a catástrofe nuclear. Os russos devem parar o fogo!”.

JovemPan

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Parmenas Alt
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