O mês de outubro fechou com 30 assassinatos na Grande Cuiabá, um número cerca de 20% inferior ao mês anterior que registrou 38 execuções. Embora a redução seja considerada significativa, a Polícia não tem nada a comemorar. No ano, são 268 assassinatos, um número próximo ao mesmo período do ano passado – entre janeiro e outubro de 2005 ocorreram 277 execuções. As informações são da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital.
Em outubro, dos 30 assassinatos, metade era de jovens até 24 anos que foram assassinados a tiros, facadas, pauladas ou espancados até a morte. Na lista, estão quatro adolescentes, sendo um deles executado dentro de um bar onde ingeria bebida alcoólica em companhia de três amigos.
Para a chefe de operações da DHPP, Aparecida Behmer, não existe um motivo plausível para a diminuição dos crimes, mas acredita que o trabalho intensificado da polícia não deixa de ser uma forma de inibir os crimes. “Não temos mais crimes de pistolagem. Assim que ocorre o homicídio, temos uma equipe investigando e, na maior parte dos casos, esclarecemos o crime”.
O que chamou a atenção, no entanto, foram quatro latrocínios ocorridos nesse período. O crime é considerado o ícone da violência. “Se você tem 10 homicídios, mas de cinco são latrocínios, alguma coisa errada está acontecendo”, observou um delegado.
Conforme o policial, o latrocínio atinge principalmente pessoas de classe média, ao contrário dos homicídios, que envolvem usuários de drogas ou acertos de contas em bairros periféricos, tanto de Cuiabá como de Várzea Grande.
Num deles, o vendedor de estofados Vanderlei Vieira, de 37 anos, foi assassinado durante um assalto em um hotel nas proximidades do trevo do Lagarto, em Várzea Grande. Dois rapazes invadiram o local para roubar dinheiro, celulares e acabaram executando o vendedor a tiros, único hóspede.
Por coincidência, no dia seguinte, um homônimo do vendedor, o jovem Vandelei Vieira Soares, de 18, acabou executado a tiros próximo da praça do Porto, num acerto de contas. Conforme policiais da DHPP, ele teria se envolvido num furto de bicicleta e trocado o veículo por droga.
DC
