Senador Wellington Fagundes e ex-governadores Júlio e Taques e PT e PSDB saem enfraquecidos dos pleitos
Três políticos e dois partidos foram os grandes derrotados na disputa suplementar ao Senado e nos municípios.
O senador Wellington Fagundes, que comanda o PL; os ex-senadores e ex-governadores Júlio Campos (DEM) e Pedro Taques (SD); o PSDB, que encabeçou uma chapa coligada que não decolou, e com a derrota de Thelma de Oliveira, em Chapada dos Guimarães; e o PT, que fez menos de 9% dos votos para senador e também perdeu Juína, o único município grande que administrava, além de seu fracasso na eleição em Cuiabá.
WELLINGTON – Eleição se faz com antecipação. Isso é o que nos mostra a prática política.
O mandato do senador Wellington termina em 2022 e ele ou tentará a reeleição ou disputará outro cargo, como faz desde 1990, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez.
Salvo alguma carta na manga, o parlamentar terá dificuldades com as urnas, se levado em consideração o desempenho de seu partido, que não tem deputado federal nem estadual, elegeu apenas oito prefeitos em pequenos municípios e sequer tem vereador por Rondonópolis, que é a cidade do senador.
Wellington enfrenta dificuldade em Rondonópolis, que teve oito candidatos a prefeito e igual número a vice, sem que nenhum fosse liberal.
Mais: na Câmara, com 21 cadeiras, não há vereador do PL, a exemplo do que acontece na legislatura que se encerra.
Em Cuiabá, o partido de Wellington tem um vereador: Chico 2000, que se reelegeu.
Os liberais de Wellington não foram além das pequenas e médias cidades.
Reelegeram Valcir Casagrande (Sapezal, Zão (Dom Aquino), Marcelo de Aquino (General Carneiro), Abmael Borges (Vila Rica), Edu Paskoski em candidatura única (Itanhangá) e Maria Lúcia (Conquista D’Oeste).
Também venceram em Novo São Joaquim e Novo Mundo.
Casagrande, em Sapezal, se filiou ao PR, que foi o nome anterior do PL, quando o então senador Blairo Maggi era o principal líder desse partido. Sapezal foi fundada pelo pai de Blairo, o colonizador André Maggi.
O partido de Wellington administra somente uma grande cidade: Sinop, mas a prefeita Rosana Martinelli não disputou a reeleição.
Gilson de Oliveira, vice-prefeito de Rosana, se candidatou a vereador e não ganhou.
A chapa de Wellington no Senado não tem suplente liberal. O primeiro suplente é Jorge Yanai (Podemos), e o segundo, Manoel Motta (PCdoB).
PSDB – Thelma de Oliveira não se reelegeu prefeita em Chapada dos Guimarães. Nilson Leitão ficou pelo caminho na disputa ao Senado, com 11% dos votos.
Thelma e Leitão são nomes com destaque no tucanato nacional: ela, viúva de Dante de Oliveira e ex-deputada federal; ele, prefeito de Sinop, deputado estadual, deputado federal, líder do PSDB na Câmara, além de ter presidido a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Os tucanos conquistaram 11 prefeituras, sendo três importantes: Tangará da Serra, com Vander Masson, Sorriso (Ari Lafi – reeleito) e Alta Floresta (Chico Gamba), e oito menores: Aripuanã, Ribeirãozinho, Juscimeira, Nobres, Barão de Melgaço, Nova Nazaré, Cláudia e Canabrava do Norte.
Nenhuma dessas vitórias passou por lideranças regionais. Vander, é filho de Saturnino Masson, político que coleciona mandatos; Lafin é o nome do agronegócio em Sorriso, que é a principal praça do agro em Mato Grosso; Gamba sacudiu Alta Floresta.
Nem mesmo nos municípios menores, a cúpula partidária influenciou nos resultados: Ronivon Parreira, em Ribeirãozinho, é integrante de um forte clã político regional com filiados em vários partidos. João Cleiton, de Canabrava, integra família política.
Com Thelma e Leitão fora do poder, os tucanos ficam sob a liderança dos deputados estaduais Carlos Avallone e Wilson Santos.
PT – Com a deflagração da Operação Lava Jato, os petistas encolheram em Mato Grosso, embora tenham a deputada federal Rosa Neide e os deputados estaduais Lúdio Cabral e Valdir Barranco.
Barranco tentou, sem sucesso, se eleger senador na eleição suplementar e recebeu 8,25% dos votos.
Restava ao partido de Lula a prefeitura de Juína, mas Altir Peruzzo não conseguiu se reeleger.
O partido venceu a disputa somente em Castanheira, administrado pela prefeita reeleita Mabel Almici. Mabel lançou seu secretário Jackson Dias Jr, o Juninho, que foi candidato único.
Em Cuiabá, depois de muito tempo sem vereador, o PT elegeu Edna Sampaio, com 2.902 votos.
O partido disputou duas grandes prefeituras e seu desempenho foi fraco. Em Cuiabá, Julier Sebastião da Silva recebeu 3,13% dos votos, e em Rondonópolis, Kleber Amorim não foi além de 2,08%.
JÚLIO – O Democratas se fortaleceu, mas um de seus principais nomes, Júlio Campos, amargou derrota na primeira suplência da chapa encabeçada por Leitão, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Senado.
Analistas entendem que não soou bem Júlio na chapa tucana, enquanto o governador democrata Mauro Mendes pedia votos para Carlos Fávaro (PSD), que, em 2018, foi candidato a senador na coligação que o elegeu e ao senador Jayme Campos (DEM0.
Júlio foi prefeito de Várzea Grande, três vezes deputado federal, governador e senador, e esse histórico, teria ferido a lógica em sua chapa, na avaliação de analistas políticos, pois, segundo eles, o correto seria Leitão ser seu suplente.
TAQUES – Candidato ao Senado pelo Solidariedade, Pedro Taques deu a mão à palmatória, reconhecendo que seu Governo (2015/18) não foi brilhante.
Mas insistia que, enquanto senador (2011/14), teve papel de destaque e que queria novamente exercer aquele cargo em defesa de Mato Grosso.
Taques ficou em sexto na disputa, com 71.368 votos (4,98%) e acumulou a segunda derrota seguida, sendo a primeira em 2018, quando disputou a reeleição ao Palácio Paiaguás, ficando em terceiro lugar.
Com Diário de Cuiabá