Além da libertação de escravos, os agentes do Grupo Móvel também tomam iniciativas drásticas contra fazendeiros que empregam esse tipo de mão-de-obra. Vale destaque para a inclusão em um cadastro público que ficou conhecido como Lista Suja.
O levantamento, disponível na página do Ministério do Trabalho e Emprego na internet, é baseado nas ações judiciais contra os proprietários acusados de utilizar escravos. Somente após julgados todos os recursos dos acusados é que o nome entra na relação, onde fica por, no máximo, dois anos, caso não sejam constatadas novas irregularidades.
A inclusão na Lista Suja faz com que o proprietário fique impossibilitado de pedir empréstimos em bancos e pode trazer ainda mais dor de cabeça. Para aumentar a eficácia do cadastro, foi organizado um Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que já inclui mais de 200 empresas.
Os signatários se comprometem a evitar negócios com quem está na Lista Suja, incluindo compra de matéria-
prima ou prestação de serviços.
Segundo o levantamento da organização não-governamental (ONG) Repórter Brasil, uma das mais atuantes no combate ao trabalho escravo no País, os empresários que assinaram o acordo são responsáveis por cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre os participantes há empresas como Petrobrás e Vale do Rio Doce e instituições financeiras como ABN AMRO Real, Banco do Brasil e Santander. A relação completa pode ser encontrada na página da ONG ou do Instituto Ethos, ambos parceiros do Governo no levantamento e na divulgação dos dados.
Já a Organização Internacional do Trabalho deve lançar, em breve, uma nova campanha publicitária sobre o tema. Também está sendo preparado um atlas com o perfil e dados de pesquisa sobre os envolvidos na escravidão e um livro de fotos sobre o assunto.
F.Uni