Os trabalhadores técnico-administrativos da UFMT aderiram a greve nacional da educação convocada para o dia 15 de maio. Será realizada uma manifestação na universidade no período matutino, e no período vespertino eles irão participar do ato unificado na Praça Alencastro, onde várias categorias irão manifestar-se contra a Reforma da Previdência e recentes cortes no orçamento da educação.
O atual cenário de caos na UFMT foi apresentado pelo coordenador geral do Sindicato dos Técnicos Administrativos, Fábio Ramirez. “O orçamento da universidade simplesmente acaba no mês de junho. Não haverá recursos para nada. Inicialmente, o orçamento de custeio da UFMT seria de R$ 106 milhões para 2019, sendo que as despesas são de R$ 120,8 milhões. O Governo decretou o corte de 30% deste orçamento, ou seja, todo o custeio não pode ultrapassar R$ 75,5 milhões. Não há mágica, a universidade fecha as portas”.
A coordenadora do Sintuf, e representante dos trabalhadores na Fasubra (Federação dos Técnicos Administrativos em Brasília), Marillin Castro, destacou que a população como um todo está sendo prejudicada com este corte. “Todo o atendimento da UFMT será interrompido. No meu local de trabalho por exemplo, o Hospital Veterinário, vamos ter que interromper as cirurgias, reduzir drasticamente o número de atendimentos, acabar com as internações. É no hospital que são formados os novos veterinários além de um papel social muito importante. Isso vai acontecer em todos os setores. Precisamos realmente ir às ruas e mostrar que não aceitamos esta redução no orçamento. Que a educação precisa ser respeitada e valorizada”.
A dirigente sindical reforçou que a paralisação do dia 15 é um chamado para Greve Geral nacional. “Diante de todos esses e de outros ataques deste governo à educação pública, conclamamos a categoria a aderir à Greve Geral da Educação no dia 15 de maio, como preparatória para a Greve Geral de todos os trabalhadores e trabalhadoras do país, confirmada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho”.
A Greve Nacional da Educação já foi orientada pela Fasubra (Federação dos Trabalhadores Técnico-administrativos), Andes (representação nacional dos docentes), e UNE (União Nacional dos Estudantes), além de segmentos da educação básica e fundamental como a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). O principal objetivo da atividade dos trabalhadores e das trabalhadoras de todo país é lutar contra os retrocessos e perigos das medidas que estão sendo tomadas pelo Governo Federal. Destaca-se o contingenciamento de recursos para as Universidades Públicas, a Lei da Mordaça, o projeto de privatização de escolas e da universidade pública, a desvinculação de recursos para a educação, a militarização das escolas, a implantação de conteúdos mínimos e direcionados a uma formação escolar adestradora, além dos constantes ataques aos trabalhadores e trabalhadoras em educação, que afetam negativamente não apenas a valorização dos profissionais, mas a qualidade de todo o sistema educacional.
Matéria Daniel Dino