Dia do Trabalhador. A verdade é que todos os dias do ano são feitos pelos
trabalhadores. Tem gente por todo os cantos se empenhando em não deixar que
o sistema pare de funcionar. Mas, em 2009, esse mesmo sistema quer nos
empurrar garganta abaixo os reflexos da crise econômica mundial. O Governo
Federal prevê corte no orçamento e a iniciativa privada não tem pena em
demitir pais e mães de famílias, mesmo com anos de dedicação à empresa.
Em 2009, os servidores da União vão intensificar suas bandeiras de luta e
não vão medir esforços para conseguirem negociar com o governo. O que não
queremos é esbarrar, no ano que vem, que tem eleição, com a desculpa de que
isso emperra qualquer negociação. E se em 2010 o argumento do” patrão” for
esse, em 2011 a desculpa é que se estará iniciando uma nova gestão. E nesse
meio tempo, nós trabalhadores ficamos a mercê da boa vontade para ter espaço
nas mesas de negociação.
A verdade é que com o governo Lula aconteceram muitos avanços, ao contrário
do governo Fernando Henrique que significou um retrocesso entre servidores
e União. Foi no governo FHC que aconteceu o período culminante do
sucateamento das pastas, da extinção de órgãos e do esquecimento da
categoria. Já o Ministério do Planejamento de Lula, pela primeira vez em
décadas, dá vez e voz para nossos representantes.
Não concordo com tudo que nos é imposto. Por exemplo, vamos pressionar pelo
cumprimento de todos os acordos firmados com o governo, queremos uma
política salarial permanente com reposição das perdas salariais e correção
de distorções, paridade com integralidade entre ativos e aposentados e
pensionistas, retirada dos Projetos de Lei 001, 092, 306 e 248 do Congresso.
Também queremos a aprovação da Convenção 151, o direito irrestrito da greve,
o reajuste dos benefícios (auxílio alimentação, auxílio creche, diárias e
contrapartida do Plano de Saúde), nossa ascensão funcional e fim do desmonte
dos órgãos públicos (Funasa, Incra, Ibama, entre outros).
Outro assunto que está sempre presente é o Planos de Carreira e Salários,
bem como a antecipação das tabelas remuneratórias de 2010 e 2011. Enfim, a
crise não é nossa. Os trabalhadores do serviço público não pagarão esta
conta. Por isso, nesse mês de maio, que se inicia mundialmente pelo Dia do
Trabalhador, quero dar parabéns a essa corrente sanguínea, os trabalhadores
do Brasil e do mundo e desejar força na jornada de todos nós.
– Carlos Alberto de Almeida, presidente do Sindicato dos Servidores
Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT)
—
Thaís Raeli Mussauer
Jornalista
