domingo, 22/12/2024
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TJ afasta deputado Riva da presidência da Assembleia

 

A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu afastar, em sessão na manhã desta terça-feira (7), o deputado estadual José Riva (PSD) da função de presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Na mesma sessão, o TJ manteve o afastamento do ex-deputado Humberto Bosaipo do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

A decisão é unânime, com base no voto do juiz Sebastião Barbosa Farias, que descartou o argumento da defesa do parlamentar, de que ele não teria causado danos ao erário. Embora tenha sido afastado do comando do Legislativo, Riva continua exercendo o mandato de deputado estadual.

Ele é acusado de participar de um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, por meio da emissão de cheques do Legislativo para empresas de fachadas. Na última sessão da Câmara, no dia 30 de abril, a desembargadora Maria Erotides Kneipp votou pelo afastamento de Riva e Bosaipo das funções públicas.

A conclusão do julgamento, no entanto, foi adiada por um pedido de vista do juiz Sebastião Farias.

No seu voto, a magistrada relatou que, em 2001, o Poder Legislativo emitira 48 cheques à Sereia Publicidade e Eventos Ltda., num montante de R$ 2.650.921,20.

Pelo menos, 26 cheques foram descontados diretamente no caixa, numa agência do do Banco do Brasil e outros 22 na Confiança Factoring, que pertencia ao bicheiro João Arcanjo, que está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).

Os cheques foram descobertos durante a Operação Arca de Noé, deflagrada em dezembro de 2001 pela Polícia Federal.

Mais recursos

A 3ª Câmara julga nesta terça-feira outros quatro recursos impetrados por Riva e Bosaipo. São uma apelação, dois embargos de declaração e uma exceção de suspeição.

A primeira a ser julgada foi uma apelação sob a relatoria da desembargadora Maria Erotides Kneip, que teve o julgamento iniciado em 16 de abril.

O magistrado é também o relator da segunda apelação.

O deputado e o conselheiro reverter a decisão da própria 3ª Câmara Cível, que determinou a indisponibilidade de bens deles, até o montante de aproximadamente R$ 591 mil.

Já a exceção de suspeição é contra o juiz Luis Aparecido Bortolussi Júnior, da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular.

O magistrado é o responsável algumas das sentenças de primeira instância que condenaram Riva e Bosaipo por ato de improbidade administrativa.

Suposto desvio de dinheiro

Em todos os casos a serem julgados nesta terça-feira, o deputado e o conselheiro são acusados de participarem de um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, que funcionaria por meio da emissão de cheques da Assembleia Legislativa para empresas de fachadas.

O dinheiro teria sido usado para custeio de despesas pessoais ou financiamento de campanhas eleitorais.

Um levantamento realizado pelo MPE apontou que as ações civis públicas movidas contra o deputado e o conselheiro visam ao ressarcimento de uma quantia que já ultrapassa R$ 97 milhões.

Recurso

A assessoria jurídica de José Riva informou que o parlamentar acata a decisão do Tribunal de Justiça de afastá-lo da presidência da Assembleia, mas que irá recorrer junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Fonte: MidiaJur

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Parmenas Alt
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