quinta-feira, 21/11/2024
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Teve início hoje a pesquisas da vacina contra a dengue em Cuiabá

O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) veio à Cuiabá, nesta sexta-feira (7), para o início das pesquisas da vacina contra a dengue na capital mato-grossense.

A presença dele se deve ao fato do desenvolvedor da vacina ser o Instituto Butantan, maior laboratório da América Latina, ligado à Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Deve-se também à agenda política local, que tem o correligionário dele Wilson Santos no segundo turno na disputa à prefeitura da capital.

A vacinação dos voluntários – 1,2 mil pessoas de 2 a 59 anos, anteriormente arregimentadas – já começou nesta sexta no Centro de Avaliação e Pesquisa da Vacina contra a Dengue, no bairro Alvorada.

Os voluntários serão vacinados e observados por 5 anos. A expectativa é da pesquisa confirmar uma cobertura de ao menos 80% em dose única.

O médico pesquisador Cor Jesus Fontes, do Hospital Universitário Júlio Muller, é coordenador da pesquisa local.

"Temos tido muitos casos de dengue, inclusive com morte e esta vacina é uma das grandes esperanças para o controle da doença, já que controlar o mosquito Aedes aegypt não é uma tarefa simples", diz o médico, explicando o motivo de Cuiabá ter sido escolhida como local de pesquisa.

O presidente da Fundação Butantan, André Montouro Filho, explica que esta é a fase final da pesquisa. "Estamos na fase final dos testes para este produto ser registrado e depois nós já temos entendimentos com grandes laboratórios do mundo para ser uma vacina mundial, quer dizer é o Brasil vacinando o mundo", comentou.

Outros dois laboratórios internacionais já têm vacinas contra a dengue. O francês Sanofi, com cobertura de 69%, em três doses, e o japonês Takeda, duas doses.

As pesquisas do Butantan vem sendo feitas deste 1995 e a intenção é ampliar a cobertura com apenas uma dose.

O colombiano Ricardo Palacios, gerente de Desenvolvimento de Pesquisa Clínica, destacou que a dengue é um problema social. Causa desde a perda de dias de trabalho até a perda de vidas.

"O Instituto tinha que se comprometer, porque está comprometido também com parte das doenças que mais atingem a comundade brasileira, e por isso é importante procurar uma saída para a dengue", ressaltou.

Segundo ele, 12 estados vão participar da pesquisa.

Palacios explica que a vacina é feita com vírus da dengue, de quatro sorotipos, vivos, porém atenuados. "Não vão causar a doença, mas devem ser suficientes para que a pessoa aprenda a reconhecê-los e ter defensa contra eles", explica.

Um dos diretores do HU, o médico Eduardo Delamônica, destacou que o Hospital Júlio Muller é pioneiro em infectologia no Estado. "Enfrentamos o pavor da Aids quando nenhum hospital queria mexer com isso, por medo, e inclusive rejeitavam pacientes", relembra, destacando que agora também está junto nesta empreitada histórica de combate à dengue.

Só esta fase final de pesquisas do Butantan vai custar R$ 300 milhões de reais, dinheiro do Governo Federal, do BNDS e do Fundo em Empresas Inovadoras (Finep).

O Instituto Butantan foi criado há 115 anos atrás, iniciando com a criação do veneno antiofídico, que evitou, neste séculos, milhares de mortes por picada de cobras.

 

 

 

 

 

Com Gazeta Digital

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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