Chega a ser escandalosa a ação dos bandidos no bairro Nova Esperança, em Várzea Grande, que muitas vezes julgam e decidem o que fazer com as pessoas e acabam matando-as para eliminar testemunhas de roubos, furtos e até tráfico de drogas. A Polícia descobriu que o serralheiro Tiago Aureliano de Lima, de 25 anos, foi executado a tiros porque presenciou o arrombamento de um supermercado do bairro, executado por três rapazes que furtaram vários produtos do estabelecimento.
O assassinato ocorreu na madrugada do dia 8 deste mês, alguns dias após a ocorrência do arrombamento do supermercado. Conforme as investigações preliminares, o serralheiro estava soldando um portão nos fundos do supermercado e, em dado momento, deparou com os bandidos saindo apressadamente do prédio. “O rapaz (Tiago) levanta cedo e passou de bicicleta com a máquina de soldar a grade. Foi então, que ele viu os ladrões saindo de lá”, informou um morador.
Ao serem vistos, os criminosos decidiram executar o serralheiro porque ele poderia denunciá-los à Polícia e levá-los à prisão. Conforme o relato de policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), são três os suspeitos de participar do assassinato, um deles filho de um policial. Um dos envolvidos seria um traficante do bairro, em cuja casa funcionaria uma movimentada “boca-de-fumo”.
No feriado de Corpus Christi Tiago jogou bola à tarde e, à noite, saiu de sua casa e permaneceu por algumas horas num bar do bairro, onde tomou cerveja e comeu peixe frito. Por volta da meia-noite, o serralheiro foi cercado pelos criminosos que o executaram com um tiro na boca, disparado de curta distância. Para despistar as investigações, um dos bandidos ainda colocou uma trouxinha de droga para simular que o assassinato seria um acerto de contas envolvendo drogas.
Desde o assassinato, policiais da DHPP chefiados pelo delegado Roberto Amorim tentam identificar os criminosos. A princípio, o crime não teria testemunhas, mas os policiais descobriram que o assassinato foi justamente uma forma de intimidar quem presenciou o primeiro crime.
“Ao saber que o serralheiro morreu porque presenciou o arrombamento do supermercado, as testemunhas temem ter o mesmo destino. Isso prejudica as investigações e é um estímulo a impunidade. Os bandidos passam a pensar que podem agir livremente”, observou um policial.
O delegado não tem dúvidas de que poderá identificar os autores do assassinato nas próximas horas e pedir a prisão preventiva deles junto a 1ª Vara Criminal de Várzea Grande. Com isso, acredita que pode evitar mais crimes no bairro.
C/DC