A Inteligência norte-americana revelou nas últimas semanas que um grupo extremista afiliado ao al-Qaeda está aperfeiçoando técnicas para esconder explosivos em baterias e compartimentos de aparelhos eletrônicos, segundo informaram oficiais dos Estados Unidos. Os dispositivos foram proibidos em voos comerciais vindos de oito países de maioria muçulmana após a investigação.
De acordo com a rede de TV CNN, a descoberta que os extremistas na Península Arábica estão tentando utilizar laptops e outros eletrônicos para esconder explosivos em voos comerciais seria a motivação de os Estados Unidos e o Reino Unido proibirem o uso dos dispositivos durante as viagens com origem em países do Oriente Médio ou da África, com maioria muçulmana.
As novas restrições de segurança, anunciadas nesta terça-feira (21), requerem que os passageiros de voos com origem em oito países selecionados sejam proibidos de transportarem qualquer tipo de aparelho eletrônico maior que um smartphone. Desse modo, estes dispositivos deverão ser guardados no porão de cargas da aeronave.
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As proibições envolvem algumas das mais abrangentes medidas de segurança da aviação feitas desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Voos afetados
As restrições impostas pelos Estados Unidos afetam mais de 50 voos por dia em dez aeroportos nos principais países islâmicos, incluindo grandes centros urbanos a partir de Dubai e Istambul. As nove linhas aéreas afetadas já foram notificadas das medidas que deverão ser seguidas nesta quinta-feira, começando a valer em 96 horas.
Por sua vez, os vetos impostos pelo Reino Unido afetam seis países, incluindo dois que não estão na lista dos EUA: Tunísia e Líbano.
As empresas comprometidas incluem Emirates Airline, Qatar Airways, British Airways e Turkish Airlines. Todas elas deverão implementar as novas regras.
Autoridades norte-americanas afirmaram à CNN na terça-feira que a inteligência "indica que os grupos terroristas continuam a alvejar a aviação comercial" pelo "contrabando de dispositivos explosivos em vários itens de consumo".
Não é só Trump
Segundo um oficial de aviação afirmou, agentes de segurança e funcionários de empresas aéreas participaram da decisão de estabelecer regras para os voos comerciais em relação aos produtos eletrônicos. Especialistas em segurança da aviação e agências reguladoras alertaram que as baterias embarcadas em grandes quantidades poderiam causar um incêndio e provocar uma reação em cadeia que poderia, inclusive, derrubar uma aeronave. No ano passado, a Organização Internacional da Aviação Civil recomendou aos reguladores globais que proibissem as remessas a granel de tais baterias nos porões de carga nas aeronaves de passageiros.