segunda-feira, 23/12/2024
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Termina prazo dado pelos talebans para executar sul-coreanos

O prazo dado pela milícia radical islâmica Taleban para executar um grupo de 21 missionários cristãos sul-coreanos no leste do Afeganistão terminou às 4h30 de hoje (horário de Brasília). Não há sobre os reféns. Os governos do Afeganistão e da Coréia do Sul intensificaram os esforços para conseguir a libertação das vítimas.

As autoridades afegãs pediram aos talebans que prolonguem por mais 48 horas o ultimato, apesar da ameaça dos rebeldes de matar a qualquer momento alguns dos 21 reféns.

“As negociações prosseguiam no momento em que venceu o ultimato. Os líderes tribais (mediadores a favor do governo de Cabul) pediram uma prorrogação de 48 horas. Esperamos a resposta”, declarou à AFP o deputado Mahmud Gailani, um dos negociadores de Cabul na província de Ghazni, 140 quilômetros ao sul de Cabul.

No entanto, o porta-voz dos talebans, Yusuf Ahmadi, disse por telefone à AFP que “um ou vário reféns podem ser executados a qualquer momento após a expiração do ultimato”. Os milicianos afirmam ainda que duas das 16 mulheres do grupo estão muito doentes.

O líder da equipe afegã de mediadores, Waheedullah Mujadedi, afirmou hoje que uma equipe sul-coreana entrou em contato com os radicais para tentar fazer com que eles os deixassem ver os reféns. Gailani, no entanto, classificou o encontro de “impossível e ridículo”.

Impasse

Até agora, o governo afegão se negou a ceder aos pedidos que os rebeldes colocaram como condição para a libertação dos reféns.

Um comunicado emitido pelas cinco forças políticas do país- incluindo o governamental Partido Uri e o principal opositor, o Grande Partido Nacional – pede que Cabul renuncie a seus princípios de não fazer concessões ao grupo armado, para que não haja mais vítimas fatais entre os reféns.

O governo afegão insistiu por meio do Ministério do Interior em que está fazendo “tudo o possível” para obter a libertação dos sul-coreanos, mas dentro dos limites “das leis e da Constituição”.

Coréia pede ajuda dos EUA

Na Coréia do Sul, partidos políticos pediram hoje que Washington e Cabul modifiquem sua postura na negociação para a libertar os seqüestrados, informou a televisão sul-coreana “YTN”.

Familiares dos religiosos tambéms pediram ajuda norte-americana na busca por uma solução para o impasse. Segundo eles, uma eventual intervenção seria a última esperança de se conseguir a libertação.

Na manhã de hoje, familiares dos reféns estiveram na Embaixada dos EUA em Seul. Depois de uma hora de reunião, eles foram informados que o apelo seria repassado a Washington.

Entenda o caso

No último dia 19 de julho, 23 voluntários cristãos sul-coreanos, entre eles 18 mulheres, foram seqüestrados pelos talebans na província de Ghazi, no leste do Afeganistão. Os radicais exigem a retirada das tropas sul-coreanas do Afeganistão e a libertação de oito presos da milícia na cadeia de Pul Charkhi em troca da libertação dos reféns.

O Taleban executou na quarta-feira passada o pastor Bae Hyung-kyu, de 42 anos, líder do grupo. Na última segunda, o grupo executou Shing Sung-min, de 29 anos. Segundo os seqüestradores, o sul-coreano foi morto porque o governo não tinha respondido “positivamente” a suas exigências.

Desde o início da crise, o grupo islâmico estabeleceu sucessivos ultimatos para executar os reféns e cumpriu as ameaças em duas ocasiões.

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Parmenas Alt
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