Ao reduzir as taxas de financiamento imobiliário com recursos da poupança, a Caixa Econômica Federal dá indícios de adotar uma estratégia comum em bancos privados: a de estreitar o relacionamento com o cliente.
Os menores juros de crédito, depois das mudanças, são para quem tem um pacote básico que inclui cartão de crédito e cheque especial do banco.
“Isso aponta para um objetivo de fidelização”, explica Miguel de Oliveira, 44, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). “A competição [entre os bancos] leva a isso.”
E é justamente essa tentativa de captar o cliente com melhores condições que leva Oliveira a orientar os jovens, em geral mais impetuosos que os mais velhos, a botar o pé no freio e, se possível, esperar o segundo semestre para financiar.
“Deverão encontrar condições ainda melhores”, prevê, em relação a taxas. E mesmo bancos privados sinalizam com essa perspectiva.
O Real, por exemplo, promete, ainda para 2008, uma linha específica, com “condições diferenciadas”, para universitários e recém-formados.
“Não sabemos ainda como faremos esse recorte”, observa Emilio Vieira, superintendente comercial de crédito imobiliário. Ele não adiantou à Folha detalhes do novo produto.
Na hora de buscar o financiamento, Oliveira dá algumas dicas para quem está empolgado com parcelas menores que cabem no bolso, propiciadas por prazos estendidos.
“O melhor é fazer uma poupança, dar uma boa entrada e escolher o prazo mais curto possível”, ensina. Quanto maior o tempo, maior o valor total final pago pelo bem.
F.O