Fenômeno é comum na região, mas tem se intensificado por causa das secas e baixas precipitações relacionadas com a mudança climática
Vários países do Oriente Médio foram atingidos por uma tempestade de areia nesta terça-feira, 17, que há dias está presente na região. O fenômeno deixou um caos nos países e provocou hospitalizações, fechamentos de escolas e perturbações do tráfego aéreo devido à dificuldade de visibilidade, entretanto, não foram anunciados atrasos nem cancelamentos de voos nos aeroportos sauditas. Uma neblina grossa fez com que os arranha-céus de Riad, capital da Arábia Saudita, ficassem encobertos. A rede de televisão estatal Al-Ekhbariya informou que 1.285 pessoas foram atendidas nos serviços de emergência de hospitais e centros de saúde de Riade por dificuldades respiratórias.
Condições similares foram vistas em outros países do Golfo, como Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos. Na segunda-feira, 16, os iraquianos já tinham sido atingido pelo mesmo fenômeno que deixou o céu alaranjado e cerca de 4 mil pessoas foram hospitalizadas por problemas respiratórios. Desde meados de abril, o Iraque sofreu com oito tempestades de areia. O país é considerado um dos cinco mais vulneráveis do mundo aos efeitos da mudança climática e da desertificação. “As tempestades de areia fazem parte de nossa cultura, estamos acostumados, mas algumas delas são violentas”, constatou Abdullah Al-Otaibi, um trabalhador saudita, que se apressava para entrar em seu escritório esfregando os olhos.
O fenômeno não é raro no Oriente Médio pelo fato da região ser conhecida por seus desertos. Contudo, sua frequência aumentou nos últimos meses, alimentado por secas e baixas precipitações relacionadas com a mudança climática. O centro de meteorologia saudita previu “ventos superficiais poeirentos” no leste e em Riade, “que reduzem a visibilidade horizontal”, segundo a agência de imprensa oficial. A chegada de massas de ar seco e frio fora de temporada contribuem para a proliferação das tempestades de areia no leste da Síria e do Iraque “e, em seguida, o seu deslocamento para a península arábica”, disse à Hassan Abdallah, do centro meteorológico WASM, na Jordânia. O agravamento do fenômeno se explica por vários fatores, como o baixo nível das águas dos rios Tigre e Eufrates, a flutuação das precipitações anuais e a erosão dos solos, acrescentou. Em Meca e Medina, são esperadas mais tempestades.
*Com informações da AFP