SEXO ORAL ainda é um assunto visto com restrição. A prática sexual, que estimula os órgãos genitais com a boca, também é alvo de preconceito pelos mais conversadores e, acredite, muitos casais nunca ouviram falar dela.
Porém, de acordo com a pesquisa Mosaico Brasil sobre a vida sexual do brasileiro, apurada em 2008 –a mais recente sobre o tema– com mais de 8.000 entrevistados, cerca de 60% da população do país pratica a modalidade.
"Por incrível que pareça, desconhecer a prática também é um dos motivos, além do nojo ou desinteresse", afirma.Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do estudo e do Prosex da USP (Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo), os 40% restantes estão longe do sexo oral por diversas razões.
Atualmente, mesmo com a evolução da sociedade, a liberação sexual e transformações até nas religiões, práticas sexuais que não tenham relação com a reprodução continuam sendo malvistas por muitas pessoas –ainda mais uma na qual a boca tem contato com o pênis e a vagina, partes do corpo associadas à sujeira.
"Houve um tempo que em transar era visto apenas como a ferramenta para a procriação. Tudo que não tivesse essa finalidade não era aceito. Não é à toa que, para se divertir sexualmente, homens procuravam as prostitutas", afirma a terapeuta sexual e de casal Fátima Protti.
Para o sexólogo Theo Lerner, cada um constrói o repertório sexual de acordo com as variáveis culturais nas quais está inserido. "Muitos acabam de transar e vão para o chuveiro tomar banho, pois veem o sexo como algo sujo e têm logo de se limpar. Por isso, colocar a boca em órgãos sexuais, para alguns, é impensável", explica.