Naquilo que chamou de “primeira ação de vingança pelo mártir Osama bin Laden”, o Taleban paquistanês reivindicou para si o atentado que matou ao menos 80 pessoas na manhã de hoje em Charsadda, cidade que fica na região tribal do noroeste do país.
O ataque ocorreu quando recrutas do Corpo de Fronteira, unidade paramilitar comandada pelo Exército que patrulha as áreas tribais, saíam para uma licença de dez dias.
“Foi horrível. Primeiro houve uma explosão menor, quando os cadetes entravam em vans, depois uma grande explosão”, afirmou por telefone à Folha o comandante local, Akbar Hoti.
Ele tem dúvidas, contudo, de que o ataque tenha algo a ver com vingança pela morte de Bin Laden em uma operação norte-americana na cidade de Abbottabad no dia 2. “Temos isso aqui todos os dias”, disse.
Ao menos 100 pessoas ficaram feridas, a maioria jovens recrutas e transeuntes. É o ataque mais violento desde a morte de Bin Laden, e ocorre no dia em que o comandante do Exército. Ashfaq Kayani, irá falar ao Parlamento paquistanês sobre as responsabilidades dos militares no caso. O terrorista foi morto a menos de dez minutos da principal academia do Exército do país.
Segundo comunicado do Taleban paquistanês, haverá mais atentados no país e também no Afeganistão. O grupo, liderado por Hakimullah Mehsud, é associado ao Taleban afegão, mas é mais uma questão de uso da “marca”. O Taleban afegão é visto como aliado das forças de segurança paquistanesas, enquanto seu primo local as ataca com regularidade.
Desde que intensificou suas ações, em 2007, mais de 4.000 pessoas morreram em atentados no país. O governo conta, desde o 11 de Setembro, 30 mil mortos por conta dos desdobramentos do que era chamado antigamente de “guerra ao terror”.
F.COM